Tem quase cinquenta anos de idade, vive só, é angolana, chama-se Ângela Maria, trabalha num lar de terceira idade. Provavelmente, se mantém um emprego onde a maior parte dos utentes, senão a totalidade, são brancos... é porque merece a confiança de empregadores e utentes da casa. Nada disso lhe serve de grande coisa!
Depois de ter esperado anos para ter uma casa e poder sair do quarto que o ordenado lhe permite pagar, a Autarquia de Vila Franca de Xira atribuiu-lhe um apartamento num novo bairro social. Foram apenas alguns minutos de felicidade... até ter chocado de frente com realidade.
A realidade é uma vizinhança que, decidida e violentamente (se tiver que ser, como ameaçam) a impede de entrar, sequer, na sua nova casa. As “desculpas” para o acto abjecto e racista são várias, mas, perante as câmaras da televisão, um dos moradores – provavelmente o “diplomata” do bairro – veio falar com ela, de longe, como se ela tivesse lepra, explicando tim tim por tim tim:
«Nós aqui não temos nada contra si nem contra Angola! A culpa é da Câmara, que sabia perfeitamente que o pessoal não quer aqui “gente de cor”!
Antes de comentar, devo dizer que não tenho a menor ilusão quanto ao que se passaria se a situação fosse exactamente ao contrário. Dito isto...
Serve esta estória dos nossos tristes dias para ilustrar a tontice que é o desânimo de alguns quando vêem que uma qualquer acção de protesto, ou grande manifestação, ou greve, não provoca imediatamente a queda do governo e a mudança radical das políticas.
A verdade é que a realidade de todos os dias é feita com este povo. Não há outro. Desgraçadamente, em grande parte... é um povo assim. É uma amálgama gigantesca de gente muito boa, misturada com gente amorfa... e uma parte infelizmente muito grande "disto". Poucas coisas há mais irreais do que pensar que basta escrever “Povo”, pomposamente, com letra maiúscula, para que todo o povo passe a ser uma entidade una, maravilhosa, progressista e amante da justiça. Poucas coisas há mais perigosas do que esquecer que uma boa parte desse povo, uma parte inquietantemente grande, é composta deste “lúmpen” retrógrado, racista, individualista, resistente a qualquer ideia de cultura, progresso, partilha ou civilização.
É nestas alturas que faz sentido lembrar que nada é para amanhã e que há muito tempo e muito, muito trabalho pela frente. Na maior parte destes casos, e perdoem-me a brutalidade, a única solução é esperar que morram (mesmo não desejando que isso aconteça a ninguém antes do seu tempo natural), já que por muitas missas em que compareça, ou muitas eleições em que até vote... um racista não deixa lugar a grandes esperanças, dado o facto de o racismo ser uma “doença” sem cura conhecida. Os únicos paliativos que vamos tendo à disposição são o “verniz” social, o calculismo político, ou a hipocrisia mais ou menos religiosa.
Infelizmente, quase todas estas bestas procriam e, desgraçadamente, formatam as crias à sua imagem e semelhança... logo, o tempo e trabalho que temos pela frente, enquanto sociedade, é multiplicado por nem sei bem quantas vezes.
Infelizmente, estas bestas vivem e procriam em todas as classes sociais!
Há que apostar nas novas gerações! Tentar o possível e o aparentemente impossível para que, geração a geração, esta “raiz” se vá quebrando e a formatação se vá diluindo. Para que o ser humano se vá distinguindo cada vez mais pela sua humanidade... e nunca mais pela origem ou cor.
Infelizmente (e lamentavelmente!), não será de espantar que, neste ou noutros casos, acções como esta, aqui relatada, resultem na possível visita ao bairro de uma caravana nocturna de carros vindos de bairros próximos, carregados de armas e da tal “gente de cor” que espalhará o terror entre estes tão valentes brancos que, como sempre, se borrarão de medo... que é a história dos racistas sempre que têm que enfrentar mais do que uma simples mulher, de quase cinquenta anos de idade, seja de que cor for... e completamente só.
29 comentários:
Estou tão azeda com a notícia que me faltam as palavras.
Se a casa foi atribuída à senhora, não percebo porque é que a Câmara não a acompanha lá, com a PM se necessário, para que ela tome posse do que lhe pertence.
Porra para este país!
Abreijo.
Muito bem escrito e surpreendete esta publicação sobre racismo. Parabéns!
Podia ter uns botâozinhos para a gente partilhar nas redes sociais, mas vou copiar seu endereõ para publicar no Facebook
SELVAGENS!
S E L V A G E N S!
Não passam de
S
E
L
V
A
G
E
N
S
!
"não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes"
Ai que dor, ai que raiva, ai que vontade de tudo mudar!
"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre vai existir guerra."
Bob Marley
racismo - selvajaria - raiva... música e um post que acabei de comentar.
para acalmar um pouco, Bob Marley vou ouvir e...dormir
(a tais criaturas boa noite não desejo)
POis é...e nesta situação de crise , tudo isto se acentua.
Não podemos deixar de reconhecer o excelente resultado da técnica do dividir para reinar de Passos e bando.
Boa semana
Nesta situação xenofova inaceitável, a Camara
deve reunir urgentemente com os moradores
e deve-lhes fazer ver que a senhora é um ser
humano que precisa de ajuda e que não vacilará
contra quem quer que seja que impeça a dona
Ãngela de usufruir da referida habitação.E que
processerá toda e qualquer atitude que ponha
em causa a paz social do bairro.
Samuel, gostei deste seu lirismo, mas não acredito numa só palavra. Esta é de certeza uma estória inventada, você gosta muito disso...
Porque não aceitariam uma pessoa de cor, numa cidade onde há aos milhares??? A não ser que seja um prédio habitado por comunistas, aí já não me surpreenderia muito. Uma vez que actualmente são os únicos rácistas em Portugal... Saudações!
Quase inacreditável a existência, ainda, de cérebros tão pequenos. Mas, infelizmente, existem e transmitem essa monstruosidade aos descendentes.
Como dizes há muito trabalho a fazer.
Um beijo.
"Gente" desta, infelizmente ainda existe, até, talvez mais raro, entre a própria "raça". Sim, o racismo não é só entre a cor da pele, praticamente entre as maiorias e as minorias. Não é raro assistir-se ao mesmo "tratamento", por exemplo, para com a etnia cigana, ou até contra gente vinda do chamado leste europeu. São casos a que todos já assistimos e, aos mais sensíveis (como eu) deixam-me virado do avesso, saber que existem meus semelhantes com ideias a actos de tremenda selvajaria. E não são assim tão poucos. Tal como dizes, esta mudança de mentalidades leva o seu tempo, vamos aguardando que seja o mais rápido possível.
Vergonha!!!!Vila Franca de Xira já foi uma Autarquia CDU.Tenho a certeza que se a CDU continuasse na gestão da Autarquia de Vila Franca de Xira esta vergonha não acontecia.
È preciso denunciar.
Abraço Samuel.
Pois procriam,mais do que deviam,procriam tanto que alguns dos descendentes formatados até aparecem,por aqui,a fazerem comentários.
Abraço,
mário
Caramba! Estava convencida de que esta doença já estava... não digo extinta... talvez "atenuada", nem que fosse pelo tal verniz social...
Abraço estupefacto.
Odeio o Racismo.
Em especial o Racismo Anti-Branco.
O autores dos "Protocolos de Sião" declararam há muito tempo que a raça branca era para ser extinta, uma vez que esta seria a única que lhes podia meter entraves ás suas ambições de domínio global.
Mas por cá ainda não estão mal de todo.
Se formos ás praias de Carcavelos ou da Caparica, se observarmos com cuidado ainda conseguimos ver pessoas de cor branca. Uma ou outra.
Anónimo (15:56):
Sim… meu pobre anónimo!
Em todos o lugares podemos ver brancos, pretos, amarelos, peles-vermelhas… e, infelizmente, muitos imbecis, classe que o meu caro resolveu vir aqui representar tão garbosamente. :-)
Mas já ágora, se era para citar obras de ficção, porque não o rato Mickey, ou o pato Donald?
O "Protocolos de Sião"? A sério?!!! Ninguém o avisou… ??? :-) :-) :-) :-)
Excelente post! Denunciador de situações que NUNCA deviam acontecer !
Ainda há tanto que fazer!.... E com anónimos destes!...
Quando se constrói um bairro para pescadores já se cometeu o primeiro erro de segregação, deixando em aberto a hipótese de aquela comunidade rejeitar quem não seja pescador e pescador da Póvoa de Santa Iria.
Não sei se estes pescadores da Póvoa de Santa Iria são aqueles a quem destruíram as casas palafíticas, se forem já antes constituíam uma comunidade fechada, e a cor da pele é só o pretexto para a falta de argumentos que tem em recusar quem lhes é estranho.
Infelizmente a falta de memória ou o desconhecimento destes avieiros impede-os se aperceberem que alguns dos seus ancestrais são africanos. Pessoas de côr que para ali e para muitas outras zonas ribeirinhas e palustres vieram. Foram eles que fizeram o povoamento pois eram áreas de difícil sobrevivência dos europeus pouco resistentes à malária.
Resta dizer que origináriamente todos viemos de África, só que alguns vieram há menos tempo.
"Resta dizer que origináriamente todos viemos de África"
Aqueles que ainda acreditam nessa balela podem voltar para lá.
Mas risota a sério é quando ouço uns maluquinhos a dizer que descendemos dos macacos.
Anónimo (20:59):
Não senhor! Dos macacos só descenderam uns tantos.
Os outros, os génios como vocelência, foram mesmo feitos à mão, por deus, a partir de um pedaço de lama… e soprados (vá lá saber-se por onde) para ficarem assim vivos e espertos como vocelência.
Agora o que me intriga, é por que raio é que nestas discussões há sempre um"cromo" que acha que alguém deve ir viver para aqui, ou para ali, ou voltar para aqui, ou para ali…
É uma lógica de merda: acha que descende de antepassados africanos que viveram há milénios? Pois volte para a África!!!
E você, cromo? Se acredita que foi manufacturado por deus, a partir da lama, tem que voltar para onde? Para que lamaçal? :-) :-) :-)
É pá, o mundo é tão grande, porque raio havia os humanos terem nascido só em África?
É a lógica da batata. E esta lógica foi forjada pelos globalistas capitalistas e marxistas para impor a sua agenda de mistelas raciais e selvas por toda a Europa.
Na França e Suécia e um pouco por toda a Europa essa politica de multiculturalismo está a dar grandes resultados.
Os vendedores de carros agradeçem.
Anónimo (21:33):
Pois, pois…
A quantidade de carros que se vendem só na Suécia e França, para as pessoas irem neles até à África ver os antepassados… é verdadeiramente assombrosa.
Pena… que os medicamentos para o seu estado mental se vendam muito menos! :-) :-)
"agenda de mistelas raciais e selvas por toda a Europa"… é do melhor que tenho visto!
Se Che Guevara fosse vivo estaria do lado dos pescadores.
Anónimo (22:24):
Olhe que não…
Se Guevara estivesse vivo, ou seja, se os amigalhaços do meu "caríssimo" anónimo não o tivessem assassinado de forma cobarde (não conhecem outra), desconfio que mais depressa lhe daria um belo banano nas ventas, só pela insolência de insinuar essa baboseira miserável.
Acredito neste post, pois está escrito neste Blog!
A nova moradora é de cor???
Qual cor?
Na verdade entristece, revolta, dá vontade de GRITAR!
Estamos cada vez mais estupidificados, caramba!não sabia que havia racismo tão primário em Portugal. Na verdade não conheço (pessoalmente) ninguém
racista ou pelo menos que o diga em voz alta. Se os há não se atrevem a ladrar alto.
Os brancos derretem-se ao Sol para ficarem escuros, os pretos (não negros) já o são e tem a cor da Terra que nos dá o pão, do chocolate veludo e doce, a cor do café da manhã.
Sinto vergonha e profunda tristeza de haver bestas no meu pobre país!
BJS,
GR
Anónimo (22:41):
O carácter abjecto do seu último zurro não permite a sua publicação… mas teve o condão de me fazer sorrir. Não pelo que disse… mas por me ter lembrado a velha anedota do tipo que se gabava de ser duma terra "de toiros e toureiros".
- Ah sim? E vecemecê é toureiro? - perguntaram-lhe.
- Não…
Fico a imaginar onde é que você fica na sua "estória"… :-) :-) :-)
"Olhe que não…"
Olhe que sim Samuel, olhe que sim:
“The blacks, those magnificent examples of the African race who have maintained their racial purity thanks to their lack of an affinity with bathing, have seen their territory invaded by a new kind of slave: the Portuguese.”
“The black is indolent and lazy; spending his meager wage on frivolity or drink; the European has a tradition of work and saving, which has pursued him as far as this corner of America and drives him to advance himself, even independently of his own individual aspirations.”
«desconfio que mais depressa lhe daria um belo banano nas ventas, só pela insolência de insinuar essa baboseira miserável.»
Tendo em conta o que ele pensava dos negros, como eu atrás mostrei, acho que mais depressa ele o mataria a si depois de ler este seu post como fez com outras centenas de pessoas, incluindo crianças.
E agora estou para ver se tem coragem de publicar este comentário, mas calculo que sim, pois caso o censure estará a agir de forma cobarde tal como agiram, segundo você, os que mataram Che Guevara, não é mesmo?
Anónimo (23:09):
Mas você não tem uma cara que possa apresentar, ou "coragem" para arranjar um nome, pobre infeliz?!
Olhe que não custa nada! Com meia dúzia de "cliks" regista-se, fica devidamente identificado… e sai dessa amálgama cobarde dos ataques anónimos. O anonimato é perfeitamente legítimo... mas não para estes fins. Experimente! É libertador! :-) :-) :-)
Sobre a sua provocaçãozeca quanto à não publicação do seu zurro… como é que eu ia perder esta oportunidade de o ver fazer uma tão maravilhosa figura de parvo?! :-) :-) :-)
O seu "como eu atrás demonstrei"… é um momento de comédia imperdível!
Tambêm,vi e ouvi a notîcia,embora sem muita atencao,pois tratava do jantar.O racismo,bem como qualquer outro preconceito,ê sempre fruto da ignorancia.Sô com cultura e conhecimento se resolvia parte do problema.A Camara Municipal de Setûbal,estâ a fazer um trabalho extrordinârio no Bairro da Bela Vista,com os moradores,maioritäriamente,ciganos e africanos.Ê um exemplo,que tem tido reconhecimento dos media,sempre prontos ,a criticar negativamente,qualquer trabalho da CDU.
Um abraco
Selvagens! Bestas! Quadrupedes! Desculpe-me. Uma pessoa serve para trabalhar com idosos e decerto brancos e já não pode viver num bairro como qualquer ser humano.
Mas em que país NAZISTA SE VIVE?
Felizmente, nem todos somos assim, e quanto, teremos de lutar para que estas mentes torpes possam mudar!
Que raiva de gente aquela!
Vicky
"Poucas coisas há mais perigosas do que esquecer que uma boa parte desse povo, uma parte inquietantemente grande, é composta deste “lúmpen” retrógrado, racista, individualista, resistente a qualquer ideia de cultura, progresso, partilha ou civilização"
Mais palavras para quê.
Abraço
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