terça-feira, 28 de abril de 2009

Decidam-se!


Rafael Bordalo Pinheiro

A D. Manuela Ferreira Leite lá passeou as suas ideias, sempre tão mobilizadoras, numa entrevista brilhante e vibrante, conduzida por Mário Crespo (que tampouco me alegra!).

O brilho e clarividência das suas declarações foi tal, que no espaço de apenas algumas horas, conseguiu originar vários títulos de notícias completamente contraditórios, sobre a sua disponibilidade, ou pelo contrário, indisponibilidade, para integrar um “bloco central” com o Partido Socialista, seja como ganhadora das eleições, ou perdedora... “desde que seja bom para o país.”

Embora eu tenha uma ideia muito diferente sobre o que Sócrates e a D. Manuela poderiam fazer de realmente bom para o país, mas que de momento não consigo verbalizar aqui, pelo menos de uma forma “bem educada”, convinha que um dia destes se decidissem sobre se fazem ou não fazem o tal “bloco central”, não porque eu esteja doido para saber, mas para se começar a tempo a obra de ampliação das instalações necessárias. É que um “bloco central” implica muito mais espaço, mais gamelas, muitas camionetas de lama, ração, uma boa ETAR “derivado” ao cheiro...

10 comentários:

salvoconduto disse...

Dizem eles que as "infra-estruturas" já foram há muito construídas...

Maria disse...

Não ouvi a conversa, mas por esta prosa imagino-a...
Conheço uma ETAR lá para os lados do Cabo Carvoeiro que tem montes de espaço à volta. Desde que o cheiro não chegue à ilha...
:))

Abreijos

alex campos disse...

As infraestruturas devem mesmo necessitar de melhoramentos, pois o primeiro bloco central já foi nos anos 80.

Um abraço

alex campos disse...

É uma reprise. e a repetição em história, segundo os entendidos, é uma paródia. Estamos mal.

do Zambujal disse...

Também não ouvi a "cumbersa", mas acho excelente o comentário que fazes.
Essa hesitação para-dialécticas ao "bloco central" são o reflexo de dúvidas de quem, efectivamente, toma decisões para que a política melhor os sirva. A lutazinha de classes e a classe dominante a marionnetar (gostei desta...)os "politicos".
Um abraço

Antuã disse...

Se avançar o bloco central vai desenvolver-se ainda mais a indústria das gamelas.

XICA disse...

Não fora a desgraça que encerra tal constituição, ainda recente na nossa memória e este post era verdadeiramente hilariante.
Belo texto e novamente o pessoal sai daqui às gargalhadas. Gosto verdadeiramente deste cantinho.

cicuta disse...

Quanto a ideologia, se estes senhores soubessem o que é, até está certo nada os destinge, era lógico até a criação do partido ao meio.
Quanto às gamelas ai é que está o problema, a situação actual até não é má e salva as aparências, ora agora governo eu e governa-te tu, ora agora governas tu e governo-me eu. Dai a grande hesitação deste casalinho.
Quanto o que eles podiam fazer de bom ao país, deixa-te de pudores e envia-lhes alguns metros de corda já com o nó feito não vá eles não o saberem fazer e já agora com instruções de onde o atarem qual a distancia ao solo e que banco usar (não serve o BPN). Seriam os nós Europeus...

Fernando Samuel disse...

O bloco central tem duas formas de existir: ou com cada um dos dois partidos, alternadamente, no poder a fazerem a mesmíssima política )de bloco central); ou com os dois partidos de braço dado no poder a fazerem a mesma política que cada um deles faz quando está sozinho.
Se calhar era isso que a D. Manuela (não) queria dizer...

Um abraço.

Anónimo disse...

Samuel, essa tendência para as ETAR é congénita ou bateu com a cabeça no chão?!