terça-feira, 28 de abril de 2009

Um recado da ilha



Daniel de Sá é um açoriano, escritor (o que é diferente de ser um escritor açoriano). Há uns tempos que, muito menos vezes do que seria desejável, encontro textos seus, aqui e ali, sempre habitados por uma música encantatória que só pode vir do amor que investe naquilo que escreve, já que a técnica, só por si, não é capaz de produzir tais resultados.

De vez em quando passa "cá por casa" discretamente, deixa um mimo, um sorriso, um reparo... e volta para a sua Maia natal, no Norte da grande e bela ilha de S. Miguel.

Recentemente, atreveu-se a alimentar (infelizmente, pouco!), um blogue feito de maresia, pedra preta, hortênsias, verde interminável, um mar de um azul sem explicação... e muita cultura.

Há dias, a propósito de Abril, deixou aqui, pé ante pé, duas pequenas quadras, uma dedicada ao José Afonso e outra ao Capitão Salgueiro Maia. Decidi trazê-las para a “sala”, mas mesmo assim, garanto que só terão a ganhar em visitá-las no seu habitat natural, no blogue “O espólio”, sobretudo se aproveitarem para ler o mais que por lá se tem escrito...



José Afonso

No tempo da vergonha, ele era a paz,
E tinha a cor dos cravos já na voz.
Ninguém como ele foi então capaz
De ser tão puramente todos nós.


Salgueiro Maia

“Aqui tendes a herança que vos dou,
Um caminho onde todos são iguais.
Eu voltarei a ser isto que sou:
Um português igual a tantos mais.”

(Daniel de Sá)

7 comentários:

Maria disse...

É uma ida imediata lá, pois claro...
Obrigada por ensinares o caminho.

Abreijos

Cris disse...

Querido Samuel
Adoro a leitura que fazes de Daniel. É isso aí...um açoriano escritor.Porque a literatura de Daniel é universal.
Ele está no que escreve...e li qualquer coisa nas diretrizes do Ministério da Saúde que dizia mais ou menos assim:"O amor cura,ler Daniel de Sá faz bem a saúde."
Eu como leitora agradeço suas palavras.e envio um grande beijo em seu coração musical.
Sempre ando por aqui em seu cantigueiro.

Fernando Samuel disse...

Belíssimos recados!


Um abraço.

amigona avó e a neta princesa disse...

Obrigada pelo caminho...já lá fui...um abraço...
Abreijos,

O Puma disse...

Amigo do nosso amigo

Pata Negra disse...

digna de referência aqui a voz
de português de cravos e açores
que canta os soldados e cantores
e canta que cantigueiros somo todos nós

eu tb tento mas...
um abraço de poeta raso

Daniel disse...

Samuel, que inesperada e agradabilíssima surpresa!
Agradeço-te tudo, mas deixa-me realçar um pormenor. Parece que me leste a alama!... Aquela de me chamares "açoriano, escritor" em vez de "escritor açoriano" chegou-me cá dentro. É que nunca gostei desses guetos imaginados. Sempre preferi correr o risco de ser um desconhecido fora das ilhas a ser um principezinho no meio delas. E só aceito a referência a "literatura açoriana" quando isto for dito para simplificar a alusão a escritores aqui nascidos, sem ser uma pretensa diferenciação em relação à literatura portuguesa. É a única discordância que tenho com um dos meus amigos mais cultos.
Um forte abraço, Homem de Abril. E também para os amigos que por aqui andaram a sentir como nós.
Daniel