Daniel de Sá é um açoriano, escritor (o que é diferente de ser um escritor açoriano). Há uns tempos que, muito menos vezes do que seria desejável, encontro textos seus, aqui e ali, sempre habitados por uma música encantatória que só pode vir do amor que investe naquilo que escreve, já que a técnica, só por si, não é capaz de produzir tais resultados.
De vez em quando passa "cá por casa" discretamente, deixa um mimo, um sorriso, um reparo... e volta para a sua Maia natal, no Norte da grande e bela ilha de S. Miguel.
Recentemente, atreveu-se a alimentar (infelizmente, pouco!), um blogue feito de maresia, pedra preta, hortênsias, verde interminável, um mar de um azul sem explicação... e muita cultura.
Há dias, a propósito de Abril, deixou aqui, pé ante pé, duas pequenas quadras, uma dedicada ao José Afonso e outra ao Capitão Salgueiro Maia. Decidi trazê-las para a “sala”, mas mesmo assim, garanto que só terão a ganhar em visitá-las no seu habitat natural, no blogue “O espólio”, sobretudo se aproveitarem para ler o mais que por lá se tem escrito...
José Afonso
No tempo da vergonha, ele era a paz,
E tinha a cor dos cravos já na voz.
Ninguém como ele foi então capaz
De ser tão puramente todos nós.
Salgueiro Maia
“Aqui tendes a herança que vos dou,
Um caminho onde todos são iguais.
Eu voltarei a ser isto que sou:
Um português igual a tantos mais.”
(Daniel de Sá)
7 comentários:
É uma ida imediata lá, pois claro...
Obrigada por ensinares o caminho.
Abreijos
Querido Samuel
Adoro a leitura que fazes de Daniel. É isso aí...um açoriano escritor.Porque a literatura de Daniel é universal.
Ele está no que escreve...e li qualquer coisa nas diretrizes do Ministério da Saúde que dizia mais ou menos assim:"O amor cura,ler Daniel de Sá faz bem a saúde."
Eu como leitora agradeço suas palavras.e envio um grande beijo em seu coração musical.
Sempre ando por aqui em seu cantigueiro.
Belíssimos recados!
Um abraço.
Obrigada pelo caminho...já lá fui...um abraço...
Abreijos,
Amigo do nosso amigo
digna de referência aqui a voz
de português de cravos e açores
que canta os soldados e cantores
e canta que cantigueiros somo todos nós
eu tb tento mas...
um abraço de poeta raso
Samuel, que inesperada e agradabilíssima surpresa!
Agradeço-te tudo, mas deixa-me realçar um pormenor. Parece que me leste a alama!... Aquela de me chamares "açoriano, escritor" em vez de "escritor açoriano" chegou-me cá dentro. É que nunca gostei desses guetos imaginados. Sempre preferi correr o risco de ser um desconhecido fora das ilhas a ser um principezinho no meio delas. E só aceito a referência a "literatura açoriana" quando isto for dito para simplificar a alusão a escritores aqui nascidos, sem ser uma pretensa diferenciação em relação à literatura portuguesa. É a única discordância que tenho com um dos meus amigos mais cultos.
Um forte abraço, Homem de Abril. E também para os amigos que por aqui andaram a sentir como nós.
Daniel
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