sexta-feira, 26 de março de 2010

Há coisas que realmente não se dizem...



Nota prévia: O vereador da Câmara Municipal de Lisboa, José Sá Fernandes é-me mais ou menos indiferente. Não é meu vereador e o seu (previsível) percurso político, que o levou de “independente” do BE a dependente do PS num abrir e fechar de olhos é um problema dele. O seu irmão, o mediático advogado Ricardo Sá Fernandes... faz pela vidinha. Já os “empreendedores” do tipo Domingos Névoa, dono da Bragaparques, são regra geral um asco.

Posto isto, a estória é muito simples. O “empresário”, há algum tempo e como é do conhecimento geral, tentou corromper o vereador José Sá Fernandes, oferecendo-lhe uma “pipa de massa” para obter umas coisas. O vereador não quis e com a ajuda do seu irmão advogado conseguiu provar em tribunal que o “empresário” é um corrupto e um vigarista. O tribunal condenou o “empresário” a pagar uma multa patética de 5000 euros. Talvez esmagado sob o peso brutal desta multa o homem da Bragaparques decidiu contra-atacar, processando por difamação o vereador, que no calor da refrega lhe tinha chamado bandido e o advogado Ricardo Sá Fernandes, que se referiu a ele como “corrupto e vigarista”.

Grande erro! O vereador lisboeta ainda se safou... mas o irmão advogado foi condenado pelo tribunal de Braga a pagar ao corrupto vigarista uma indemnização de 10.000 euros, exactamente por lhe ter chamado... corrupto vigarista.

Conclusão 1: Ser corrupto e vigarista dá lucro, mesmo quando é poucochinho, como neste caso.

Conclusão 2: Eu sei exactamente o que penso desta justiça, só que não me ocorre nenhuma maneira "publicável" de o escrever aqui.

11 comentários:

Maria disse...

Não foram estes que tinham qualquer combinada para... já não me lembro (ou não será publicável) :)))

Tirando isto são todos excelentes pessoas!

Abreijos

Fernando Samuel disse...

Publicável, publicável... também não me ocorre nada...

Um abraço.

Alien8 disse...

Bem observado. Realmente dá lucro. Geralmente, muito mais do que neste caso. O problema é que o pequeno lucro deste caso terá tido por causa um lucro pretendido nada comparável aos 5000 euritos de multa... Névoa foi condenado por "corrupção activa para acto lícito". Não se provou que fosse para acto ilícito, nem outros factos que tornariam a pena bem mais pesada. Transcrevo o seguinte do Público de hoje:

A alegada tentativa de corrupção foi denunciada em 2006 pelo irmão do vereador, o advogado Ricardo Sá Fernandes, que contou que Domingos Névoa teria tentado usá-lo como intermediário no "negócio", propondo o pagamento de 200 mil euros a José Sá Fernandes para que este desistisse de levar a permuta a tribunal.

A recompensa de Ricardo Sá Fernandes foi ter sido condenado a pagar ao indivíduo condenado por corrupção na multa de 5000 Euros, uma indemnização de 10000 Euros. Tudo muito longe dos 200000 (duzentos mil euros) e do mais que poderia ter enchido os bolsos de alguém se o vereador se tivesse deixado corromper... Isto não é justiça, é anedota.

Ana Martins disse...

Cheira-me que penso o mesmo que tu...

Paulo Silva disse...

Névoa é só facturar!
Não é que agora também tem a ajuda do Mesquita Machado com a isenção da taxa de IMI respeitante aos parques de estacionamento da Bragaparques

salvoconduto disse...

Põe-te à tabela que ainda vais preso...

Bom fim de semana.

Antuã disse...

Isto não é um país, é um bananal.

samuel disse...

Maria:
Todos sem excepção...

Fernando Samuel:
É... não há palavras...

Alien8:
É por detrás destas cortinas de multinhas e julgamentozinhos que correm os rios de dinheiro da corrupção instalada.

Ana Martins:
Não devemos estar sozinhos.

Paulo Silva:
Quem tem amigos...

Salvoconduto:
Brinca, brinca...

Antuã:
Escorregadio que se farta!


Abraços gerais.

Graciete Rietsch disse...

"Quem tem amigos não morre na cadeia". E nada mais digo.

Um beijo.

samuel disse...

Graciete Rietsch:
Quem tem “desses” amigos, o mais das vezes nem põe lá os pés. ☺


Abraço.

Graza disse...

Há mais notícias hoje que merecem a denúncia aqui na blogos. É incrivel o que está a acontecer neste processo.