terça-feira, 10 de novembro de 2009

Antes que seja tarde



A ver pelas notícias de fraudes eleitorais que nos chegam de tantos lugares no mundo, seria bom que se começasse a pensar em expurgar os nossos cadernos eleitorais dos eleitores-fantasmas (entre muitas outras bizarrias) que andam a assombrar as nossas eleições de uma forma que começa a ser preocupante. De preferência rapidamente, antes que estejamos novamente tão perto de novos actos eleitorais, que já não seja, mais uma vez, muito ético, estar a mexer nos ditos cadernos.

Segundo estudos divulgados, o estado de degradação dos cadernos eleitorais é tal, que começa a influenciar os resultados eleitorais, o que é absolutamente inaceitável, seja porque os níveis de “abstenção” estão a ser inflacionados em quase 10%, o que no caso, por exemplo, de um referendo, pode dar como não vinculativo um referendo que afinal o teria sido, seja nas armadilhas monumentais que falsos eleitores podem provocar, por via do método de Hondt, que é muito engraçado, mas que por meia dúzia de votos pode decidir a eleição ou não eleição de deputados, o que falseia o sentido do voto popular.

(Para esclarecimentos sobre o método de Hondt, é favor dirigirem-se directamente ao estabelecimento do Dr. Sérgio Ribeiro, que dá explicações excelentes, aqui, aqui, aqui e aqui, faz orçamentos grátis... e vai a casa.)

Uma coisa, acima de tudo, faz-me uma grande impressão. Será assim tão complexo retirar os mortos dos cadernos eleitorais... ou os institutos de sondagens não podem prescindir deles para fazerem as célebres “sondagens à boca das urnas”?

Pelo menos isso explicaria muito do que se passa com as “benditas” sondagens...

9 comentários:

Maria disse...

Fizeste-me lembrar aquela do Hospital já não sei de que terra que mandou chamar o snr. António para ser operado ao apêndice, 6 anos depois de ter morrido...

Tens razão no que toca aos referendos, e tal nunca me tinha passado pela cabeça...

Abreijos

Pata Negra disse...

Tudo se resolve: andámos tanto tempo sem saber quantos funcionários públicos existiam, o governo do PS um dia lembrou-se e mandou cá para fora um número terminado em dois. Assim vai acontecer numa bela manhã: ou um processo tecnológico qualquer actualiza os cadernos, ainda antes de ser contactada a agência funerária ou - também à boa maneira sócretina - é legislado: "Só poderão ser retirados dos cadernos eleitorais os falecidos que comuniquem o seu estado às autoridades competentes"

Anónimo disse...

Pois é, Cantigueiro, é isso que contas e ainda pior. Por exemplo, em Oleiros, zona onde não há fiscalização, o ti jaquim e a ti Maria, já próximo das 19, e antes que se esquecessem, já tinham o seu papelito metido no caixote...

Um abraço

Justine disse...

E eu a pensar que ele só dava consultas aqui!Huuuuummm, isso d'ir a casa...

do zambujal disse...

No tempo do fascismo (isso houve - ou ovo? - ), um tio meu, que trabalhava (?) na Brigada Naval do ser. almirante H. Tenreiro, numma eleição (esta contou-me ele... sei lá quantas mais), recebeu 5 listas (então era assim) da União Nacional para ir votar em nome de (des)falecidos que não tinham sido abatidos aos cadernos que ninguém controlava.
Eu ainda tentei convencê-lo a meter umas listitas da Oposição Democrática como votos de alguns desses defuntos, mas acho que não tive sorte nenhuma.
Sempre deram muito jeito os mortos que ainda votam...

Abraços

Fernando Samuel disse...

Há os mortos-vivos e há os mortos-mortos: se os primeiros têm direito a voto por que raio é que os segundos não hão-de ter?...

Um abraço.

Miguel Jeri disse...

A ver se tratam disso já para as presidenciais.

Falando tanbém do método de Hondt, eis um site que pode dar jeito:

http://icon.cat/util/elections/

Abraços

CS disse...

"RUA" já não chega para tantos, nas próximas pinchagens escreveremos:
"governantes para as auto-estadas"
a toda a velocidade.

samuel disse...

Maria:
Para além do desânimo que gera uma abstenção gigantesca, quando não se sabe que é virtual...

Pata Negra:
Pois... o problema é conseguir encontrar uma autoridade competente.

Anónimo:
Que las ay, las ay...

Justine:
Só surpresas... ☺

Do Zambujal:
Esses e os “mortos” que ainda não morreram...

Fernando Samuel:
Não é justo... ☺

Miguel Jeri:
Quanto antes, melhor!

CS:
Felizmente não faltam por aí auto-estradas...


Saludos gerais!