quarta-feira, 3 de março de 2010

Estantes inteligentes


(Pequeno “excerto” da fantástica Livraria Lello, do Porto)

Segundo ouvi num noticiário nocturno, uma das empresas portuguesas presentes na CEBIT, a célebre feira alemã de tecnologia, vai tentar fazer um brilharete e, obviamente, bons negócios, com as suas “estantes inteligentes”. A ideia por detrás deste conceito é dotar as estantes da capacidade de identificar electronicamente os objectos nelas depositados e transmitirem essa informação a uma base de dados informática, o que pode fazer maravilhas na gestão de stocks e na localização exacta e expedita de objectos em grandes espaços de armazenamento ou arquivo. Brilhante!

Só espero que os nossos cientistas não se entusiasmem em demasia, acabando por exagerar na dose de “inteligência” que vão dar às estantes... ou ainda assistiremos a revoltas, tumultos e cenas lamentáveis em bibliotecas, livrarias e mesmo casas particulares, com centenas de estantes recusando firmemente receber uma boa parte dos livros que andam por aí.

11 comentários:

Maria disse...

É caso para dizer 'estante pode vir a sofrer muito...'

Abreijos.

Antuã disse...

As estantes bem podiam pôr alguns livros para o lixo.

Justine disse...

E depois já não terá importância nenhuma que as pessoas a atenderem público nas livrarias percebam tanto de livros como de batatas ou de sapatos ou de qualquer outra "mercadoria", como já acontece hoje...

Op! disse...

Nestes casos prefiro dar sempre o beneficio da duvida. Os motivos apresentados são bastante sedutores, gosto da ideia; pode mesmo melhorar as condições de trabalho e o atendimento nas livrarias e bibliotecas. Se bem que o que realmente me preocupa é que, como disse a Justine, a evolução tecnológica é geralmente utilizada não no âmbito de ser uma ferramenta de trabalho mas antes um substituto da formação profissional. Em todo o caso: esperar para ver!

Julieta Real Ferreira disse...

Também gosto da ideia...

Acho é que o sonho do Carlos Tê ainda vai ser realidade:

«Sou o vosso professor
E sei de um baile de gala
Que se dá todas as noites
Nas estantes da tua sala

...
Olha o mestre Gil Vicente
Entre a rainha e o povo
E aquele à frente é o Aleixo
É o poeta do povo

..., é o baile
Da biblioteca

...

Fernando Samuel disse...

Vai ser bonito, vai...

Um abraço.

Luis Nogueira disse...

... a começar pelos do sr. Sousa Tavares. Eu, esses, nem tenho, nem leio, nem empresto. Minto: li dois matacões escritos por ele porque não gosto de falar por falar. Salvei-me, ainda não sei como, de morrer de indigestão.
Agora a Lello... que maravilha, que fascínio. Só é pena que eles não tenham sempre para venda os pequenos e belos (física e literariamente...) livros que publicaram: o Camilo, o Dumas Pai e Filho, o Victor Hugo, aquelas traduções um pouco "faisandées" do Molière... Ai que coisas bonitas se editavam, com tanto gosto e tão acessíveis no preço. A não ser assim, talvez não pusesse ter ouvido ler o Camilo (boa parte) na casa do meu avô Sebastião, nas noites ásperas aqui da Serra, com o pessoal todo ou quase todo a lacrimejar... Era com o dinheiro que nos sobrava do pão... e era também pão.


Luis Nogueira

Rui disse...

Com toda a certeza uma das mais belas livrarias do mundo !
Quanto às estantes "inteligentes", vamos ver como será. esperemos que resulte.
.

Graciete Rietsch disse...

Estantes inteligentes? E os livros serão suficientes para se manterem ou fugirem delas?
E quanto aos bons livreiros que percebem do seu trabalho e são tão bons auxiliares nas nossas buscas e pesquisas, quem fala neles? Só a máquina é que conta?
Um beijo.

samuel disse...

Per tutti:
O que eu quis mesmo, foi publicar o pequeno “excerto” da fabulosa Livraria Lello. ☺ ☺


Abraço colectivo.

Maria disse...

Danadinho para a brincadeira...

Abreijos.
:))))