Como já sabemos, a primeira volta das eleições regionais francesas ditaram a vitória provisória do Partido Socialista e a derrota da UMP, o partido de direita do Presidente Nicolas Sarkozy. Para além disso, mais uma vez, cavalgando a crise generalizada e a ignorância, a Frente Nacional, o partido do fascista e simpatizante nazi Jean-Marie Le Pen, que considera os campos de concentração e o Holocausto meros “detalhes”, partido que alicerça toda a sua luta política no ódio xenófobo, no racismo, na perseguição, discriminação e agressão física dos imigrantes e seus descendentes, mesmo que estes sejam já franceses por nascimento, teve uma votação importante.
Houve candidatos portugueses, ou luso-descendentes, em todas as formações políticas importantes no cenário da política regional, incluindo obviamente o PCF.
Li algures declarações de um dirigente de uma associação de imigrantes portugueses que se dizia envergonhado por ver portugueses a participar nas listas do fascista Le Pen. Também eu fico envergonhado!
Manda o pluralismo e abertura de espírito democrático que eu considere os portugueses e luso-descendentes que participaram e foram eleitos nas listas do PS, da UMP, ou do PCF, como aquilo que são: cidadãos livres e interessados em intervir no destino da sociedade em que vivem, sendo, muito naturalmente uns, socialistas, outros “sarkozystas”, outros comunistas.
Já quando chego à Frente Nacional, o meu pluralismo sofre (sem remorso) uma quebra bastante abrupta que me leva a dizer que esses portugueses e luso-descendentes que concorrem e são eleitos pelo partido fascista de Le Pen, não passam de uma pouca de bosta que se esqueceu das suas raízes, ou que não esqueceu mas traiu, desonrando os pais e avós e faltando ao respeito a todos os seus compatriotas que ainda hoje, sempre que uma ocasião se apresenta, são insultados, agredidos, pontapeados no chão, debaixo de gritos de “sale portugais” (português sujo) pelas milícias fascistas de Le Pen.
Tal como o nosso amigo emigrante/imigrante da tal associação, quem não se sentiria envergonhado?
12 comentários:
o "Front Nacional" ressurgiu...
e com eles, como dizes, o fascismo, xénofobia,etc...
Ha pessoas com a memoria curta...
Bjos
Esses lusos e luso-descendentes que se candidatam pelo Front Nacional fazem como os cães menos afortunados: lambem a mão que lhes bate em vez de a morderem.
No entanto, não faz isso mesmo a grande maioria de portugueses que ano após ano vota no PS, no PPD-PSD, no CDS-PP ou mesmo no BE? Não servem o capital quando é o capital que os esmaga todos os dias?
Há gente para tudo.
Quem não se sentirá envergonhado com o apoio dos prtugueses ao fascista Le Pen? Os próprios fascistas.
Um beijo.
Quem passou pelas Franças, sabe que na comunidade portuguesa. sempre houve um forte sentimento xenofobo e até racista em relação aos muçulmanos.
Talvez porque disputavam os mesmos postos de trabalho na construção civil.
Talvez porque eram vizinos nos HCL , bairros sociais lá do sitio.
Talvez até por questões religiosas.
Mas Le PEN e os seus sequazes sempre se utilizaram dessa rivalidade para recrutarem nas fileiras dos trabalhadores portugueses.
E podem estar certos , há muito voto português da primeira geração na FN, como tambem o há de muitos ex simpatizantes do PCF....
-Há sempre gente que não se enxerga!
samuel
a traducção literal é essa.
mas o significado é mais: português de merda.
enfim... nada de novo. apenas a confirmação daquilo que pude observar.
abraço do vale
Há gente que tem a memória curta. Demasiado curta. Lá, como cá...
Abreijos
Ana Maria, vai dar banho ao cão! Não tens cão? Compra um, dar banho aos cães ajuda a evitar dizer asneiras.
Anónimo,
não é preciso passar "pelas Franças" para observar xenofobia o racismo dos portugueses para outras comunidades...
Pude constatar isso em Portugal no pouco tempo que ai passo...
há muito português da primeira geração que não vota, isso sim...
Eu não voto FN, isso nunca acontecera...mas o que constato, eu que vivo aqui, é que daqui a poucos anos a França vai ser muçulmana, isso tenho a certeza.
Um abraço.
Lena:
Perigosamente curta!
Ana Martins:
Felizmente, por cá ainda não temos nada que se assemelhe...
Em retórica racista, xenófoba e fascista, sim, mas não em número de votos ou apoiantes.
Antuã:
Há sempre, desgraçadamente.
Graciete Rietsch:
Sim... esses devem rir-se bastante.
Anónimo:
Há sempre desgraçados prontos a odiar aqueles que acham ainda mais desgraçados. Sentem-se a “subir de posto”.
Aferreira:
Alguns enxergam... e fazem-no por calculismo. Ainda são piores!
Duarte:
“Tradução” á parte... é isso.
Jaquina:
E para além dessa alarvidade boçal... pensa alguma coisa sobre o assunto, Jaquina?
Lena:
Xenofobia há por todo o lado, mais ou menos alimentada, mais ou menos escondida.
Se, ou quando a maioria dos habitantes da França, ou seja de onde for, forem muçulmanos...
Saludos gerais.
Há gente para tudo, de facto: lá e cá...
Um abraço.
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