Mais de trinta anos de governos centristas, centrados na grande empresa de voltar a colocar nas mãos dos mesmos quase tudo o que Abril lhes tirou e fechar muitas das portas que Abril abriu, centrados na contabilidade e desprezando a economia, centrados nos favores e ignorando a justiça, trouxeram o país até ao lugar que tristemente ocupa, a cauda de uma Europa sem a chama de um verdadeiro projecto para os povos que a compõem.
Trinta anos de traições grosseiras e venais aos valores que antes (pelo menos alguns) diziam defender, a amálgama indiscernível em que se tornou aquilo a que a classe dominante chama pomposamente “ o arco da governação”, ajudou (propositadamente) a criar o mito do “eles são todos iguais” e a criar um gigantesco exército de gente que Brecht descreveu como “analfabetos políticos”. Estes, hoje, estão por toda a parte, atascados em futebol, jornais especializados em crimes e afogados em cerveja e vinho, regougando pelos cafés o seu ódio à política, aos políticos, sindicatos, partidos... e no tropeção a seguir, aos imigrantes, negros, ciganos, etc...
Este jogo do grande capital acabou por ficar um pouco fora de controlo dos próprios capitalistas. Muitos anos seguidos a cuidar da sua vidinha, empresas e fortunas cada dia mais obscenas, foram deixando para as coisas da governação, num primeiro passo, os seus quadros mais dispensáveis, depois, a cada eleição, “funcionários” cada vez mais baratos. Neste caso, infelizmente, barato quer dizer imprestável e pedestremente incompetente.
O país está nas mãos de vendidos, que passam a maior parte do tempo das suas inúteis passagens pelos gabinetes governamentais, fazendo contactos e preparando o caminho para os grandes cargos que irão ter no sector privado depois dos “serviços” prestados, enquanto algumas instituições da nossa economia e tecido empresarial foram tomadas de assalto por corruptos, em não poucos casos, vulgares bandidos.
Os anos de eleições, e este 2009 está recheado delas, são os anos de todas as promessas, todas as mentiras e da repetição já nauseante das fábulas com que se vão perpetuando no poder.
Cada vez mais, é tempo de, como dizia o Ary, “dizer-se das coisas o somenos que elas são”. É tempo de multiplicar por muitos os esforços para desmascarar os lobos que se nos irão, mais uma vez, apresentar disfarçados de “avozinhas”.
7 comentários:
Mãos à obra!!!
Aqui estamos para o que der e vier...
Abreijos
Sem tibiezas e com força! Cada um como puder!
Abraço.
..já ando em campanha!!!
há que desmascarar, em tempos de carnaval, com as verdadeiras máscaras!!!
e como dizia Ary "... isto vai, Meus Amigos, isto vai!!!"
mobilizar a juventude, é preciso!!!
Eles preparam-se para continuar o saque, temos que lhes dar a luta que for precisa.
É sempre hora. mas há umas mais cruciais! É agora!
AH! E o post do cardeal...
brutal!De uma REALIDADE brutal!
beijos
É tempo de chamar cambada à cambada...
Um abraço.
Maria:
Eu sei!...
Salvoconduto:
Cada um como puder, será bastante.
Maria do Povo:
Mobilizar a todos... e sim, isto vai!
Antuã:
E tanta será precisa!
Lúcia:
Agora mesmo!
Fernando Samuel:
Cambada!!!
Abraço colectivo!
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