quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

“Há que dizer-se das coisas o somenos que elas são”




Mais de trinta anos de governos centristas, centrados na grande empresa de voltar a colocar nas mãos dos mesmos quase tudo o que Abril lhes tirou e fechar muitas das portas que Abril abriu, centrados na contabilidade e desprezando a economia, centrados nos favores e ignorando a justiça, trouxeram o país até ao lugar que tristemente ocupa, a cauda de uma Europa sem a chama de um verdadeiro projecto para os povos que a compõem.

Trinta anos de traições grosseiras e venais aos valores que antes (pelo menos alguns) diziam defender, a amálgama indiscernível em que se tornou aquilo a que a classe dominante chama pomposamente “ o arco da governação”, ajudou (propositadamente) a criar o mito do “eles são todos iguais” e a criar um gigantesco exército de gente que Brecht descreveu como “analfabetos políticos”. Estes, hoje, estão por toda a parte, atascados em futebol, jornais especializados em crimes e afogados em cerveja e vinho, regougando pelos cafés o seu ódio à política, aos políticos, sindicatos, partidos... e no tropeção a seguir, aos imigrantes, negros, ciganos, etc...

Este jogo do grande capital acabou por ficar um pouco fora de controlo dos próprios capitalistas. Muitos anos seguidos a cuidar da sua vidinha, empresas e fortunas cada dia mais obscenas, foram deixando para as coisas da governação, num primeiro passo, os seus quadros mais dispensáveis, depois, a cada eleição, “funcionários” cada vez mais baratos. Neste caso, infelizmente, barato quer dizer imprestável e pedestremente incompetente.

O país está nas mãos de vendidos, que passam a maior parte do tempo das suas inúteis passagens pelos gabinetes governamentais, fazendo contactos e preparando o caminho para os grandes cargos que irão ter no sector privado depois dos “serviços” prestados, enquanto algumas instituições da nossa economia e tecido empresarial foram tomadas de assalto por corruptos, em não poucos casos, vulgares bandidos.

Os anos de eleições, e este 2009 está recheado delas, são os anos de todas as promessas, todas as mentiras e da repetição já nauseante das fábulas com que se vão perpetuando no poder.

Cada vez mais, é tempo de, como dizia o Ary, “dizer-se das coisas o somenos que elas são”. É tempo de multiplicar por muitos os esforços para desmascarar os lobos que se nos irão, mais uma vez, apresentar disfarçados de “avozinhas”.

7 comentários:

Maria disse...

Mãos à obra!!!
Aqui estamos para o que der e vier...

Abreijos

Anónimo disse...

Sem tibiezas e com força! Cada um como puder!

Abraço.

Anónimo disse...

..já ando em campanha!!!

há que desmascarar, em tempos de carnaval, com as verdadeiras máscaras!!!

e como dizia Ary "... isto vai, Meus Amigos, isto vai!!!"

mobilizar a juventude, é preciso!!!

Anónimo disse...

Eles preparam-se para continuar o saque, temos que lhes dar a luta que for precisa.

LuNAS. disse...

É sempre hora. mas há umas mais cruciais! É agora!

AH! E o post do cardeal...
brutal!De uma REALIDADE brutal!

beijos

Fernando Samuel disse...

É tempo de chamar cambada à cambada...


Um abraço.

samuel disse...

Maria:
Eu sei!...

Salvoconduto:
Cada um como puder, será bastante.

Maria do Povo:
Mobilizar a todos... e sim, isto vai!

Antuã:
E tanta será precisa!

Lúcia:
Agora mesmo!

Fernando Samuel:
Cambada!!!


Abraço colectivo!