Confrontado com a ausência do tonitruante Manuel Alegre nas Jornadas Parlamentares do PS, o dirigente daquele partido e da sua bancada, Alberto Martins, meteu os pés pelas mãos sobre as ausências e presenças, a responsabilidade de estar presente (ou não...), a ética e tal... mas a frase ganhadora, decididamente, foi aquela em que afirmou que “se o ex-candidato presidencial (Manuel Alegre) estivesse presente, identificar-se-ia com o seu discurso.”
Independentemente do azar do PS em ter feito as suas Jornadas Parlamentares logo quando Alegre estava em “dias não”, o acidente teve o condão de me lembrar uma estória deliciosa, passada com a grande figura do nosso teatro ligeiro, cinema e revista, que foi Laura Alves.
Numa peça no Teatro Monumental, em que se estreava um grande actor dos nossos dias, que me contou a estória e cujo nome não vem ao caso, Laura Alves estava em cena, sentada a “fazer sala” com uma visita. Nessa altura da cena, o nosso jovem actor, na peça filho de Laura Alves, devia entrar e misturar-se na conversa. Em vez disso, fez uma das piores coisas que um actor pode fazer: faltou à cena!
Para delícia da companhia, Laura Alves continuou como se nada se passasse, até ele finalmente entrar no palco, morto de vergonha, a conversar com a sua visita, debitando o texto dela e o do “filho” ausente.
“Se o meu filho aqui estivesse, perguntava-lhe... e aposto que ele havia de me responder que... ah!... mas aí havia de me ouvir...”
O que prova que as comédias até podem ter muita graça... no teatro.
8 comentários:
Pois é, mas o ps nem chega a ser uma comédia... é uma farsa!
Abreijos
Estória lembra estória, esta passada não no Monumental mas no Sá da Bandeira, no Porto:
Numa altura da peça era suposto o Alfredo pegar fogo á carta que estava a ler e jogá-la na lareira. Nesse momento entraria Helena que desconfiada exclamaria: uhmm que cheiro a papel queimado!..
O que falhou então?
Quando Alfredo meteu a mão no bolso para sacar a caixa de fósforos, népia, esquecera-se deles! Não desarmou, rasgou a carta e jogou-a na lareira.
Helena, que assistira a tudo ao lado do contra-regra também não se incomodou e entrando em cena exclamou: uhmm que cheiro a papel RASGADO!..
É assim que me cheira o PS, a papel rasgado...
Abraço.
O pior é que o PS é uma tragédia para o povo português.
Um post delicioso.
Mas o Manuel Alegre esteve presente em espírito, como podemos calcular. Estas fitas realmente são uma comédia, ou melhor, uma tragi-comédia.
Abraço
Eh! Eh1 Eu digo, tu devias receber um prémio qualquer pela boa disposição com que nos ofereces em todas as tuas mensagens...consegues fazer-nos sorrir com coisas MUITO sérias...beijos á vóvó..
Abreijos
Delicioso este teu post. O Manuel Alegre anda mesmo alegre com tudo isto e ainda existem aqueles que acreditam em bruxas...
Não é comediante quem quer...
Um abraço.
Maria:
Ainda por cima, triste!
Salvoconduto:
E lembra muito bem... ☺ ☺
Antuã:
Não fosse isso e teriam imensa “graça”.
Alex Campos:
Não sei se ele ainda terá espírito para estar em tantos lugares diferentes. ☺
Amigona:
Não há outra maneira de “isto” ser suportável.
Orlando Gonçalves:
Pero qué las ay...
Fernando Samuel:
E estas constantes “tentativas” já são patéticas.
Abreijos colectivos!
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