Vamos ser claros. Por muito que eu vá, mesmo sem ser lá muito bem entendido, insistindo na convicção de que José Sócrates não tem nada que ver com as alegadas trafulhices do seu ambicioso amigo Vara, que não é um corrupto implicado no Freeport nem nas negociatas da Cova da Beira, que a sua assinatura naquelas casas horrorosas da Guarda não passam de favorzecos feitos a um qualquer amigo arquitecto ou engenheiro impedido legalmente de o fazer, que a estória muito mal contada das habilitações académicas é apenas um traço típico do oportunista que se puder comprar a carta, compra, mesmo sabendo o código e sabendo conduzir... apenas para não se dar ao trabalho de ir às lições, convenhamos que não é fácil encontrar um cidadão cercado por um tal grupo de familiares, amigos e parceiros de negócios. É que não se aproveita um!... Mesmo assim, compreende-se que alguns seguidores mais fanáticos percam as estribeiras sempre que alguém toca no "menino de ouro do PS".
Vem isto a propósito da vontade que por estes dias me tem assaltado, de fechar a torneira aos anónimos que têm conspurcado a caixa de comentários. Só que depois penso que a sujeira em que uma boa parte do país se está a tornar é tal, sendo já tão difícil vislumbrar seja onde for um motivo para sorrir, que por vezes só mesmo as tristes figuras que alguns valorosos anónimos fazem para defender as cores do chefe é que ainda vão animando isto. Digo-o do coração, mesmo arriscando que eles finalmente percebam, amuem e não voltem mais...
No outro dia, tentando arrumar de uma penada décadas de luta pelo trabalho e pela terra, luta mais que documentada e de que se conhecem centenas de estórias e várias vítimas, um génio afirmava aqui mesmo que os comunistas só se interessaram pela Reforma Agrária depois do 11 de Março e que aquele patético e excepcional episódio da Herdade da Torrebela, movido a esquerdismo inconsequente e, sobretudo, encenações para as câmaras de cinema, era a matriz que definia a ideia de Reforma Agrária que se fez no Alentejo e Ribatejo. Outros, sempre de serviço ao anticomunismo internacional mais vesgo e bacoco, vão tocando as suas “cassetes” já completamente rotas. Outros ainda, nem se dão ao trabalho de argumentar nada... rosnam apenas e mordem, virtual e anonimamente, deixando uns insultos avulsos.
Enquanto a coisa não chegar a um nível de abjecção que me obrigue de facto a accionar a moderação de comentários, espero que as amigas e amigos que por aqui passam gozem o prato tanto quanto eu.
Com o nível dos ataques a atingir um tal grau de “excelência de conteúdos”, não vejo a hora de começar a ser comentado, fustigado e vilipendiado por estes dois que se seguem. A ele perguntaram se o Rui Costa ainda fazia falta à equipa de futebol do Benfica... e ninguém se pode queixar de não ficar devidamente esclarecido. A ela, perguntaram-lhe porque será que uma grande percentagem de cidadãos dos EUA não conseguem localizar o seu próprio país no mapa... e a resposta foi fulminante!