Se bem que tenha grande confiança na perspicácia dos leitores do Cantigueiro, gostaria que não ficasse no ar a menor réstia de desconfiança sobre a minha possível simpatia pelo defunto Jornal Nacional da TVI e pelo estilo de Manuela Moura Guedes. Não tenho! Raras vezes, mesmo quando era anunciada alguma coisa mais bombástica, como a “luta na lama” entre a jornalista e o bastonário Marinho Pinto, aquele serviço “noticioso” me fez vê-lo até ao fim. Qualquer zapping acidental ficava sempre entre a indiferença e a náusea, intercalada com o sono irritado provocado pelo etílico guru de coisa nenhuma, Vasco Pulido Valente. Resumindo, o facto de eu achar excelente o fim daquela nojeira, não altera o facto de o modo como acabou ser uma nojeira ainda maior.
Posto isto, e continuando pronto a aceitar todas as inocências e culpas que venham a provar-se neste triste caso, não deixa de ser sintomático, por exemplo, o entusiasmo com que um dos mais “assanhados” defensores de Sócrates, Emídio Rangel, aplaude o fim do programa (ao mesmo tempo que vai tendo que negar a possibilidade de ter algum interesse pessoal nisso), ou a forma histérica com que Paulo Rangel, acidentalmente promovido a vedeta no PPD-PSD e que para além da voz, é todo ele um falsete, venha pedir levantamentos da sociedade civil contra o fim do “Jornal Nacional”, num tom tão demagógico, que deixa no ar fortes desconfianças sobre quem estará afinal por detrás desta manobra e a provar que não estava distraído quando recentemente afirmou, inspirando-se (mal!) em Maquiavel e falando perante uma plateia de jovens (!!!), que “a política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política”.
Pode bem ser que, como diz Sócrates, todo este caso seja mais prejudicial ao PS do que a qualquer outra entidade, mas a verdade é que estarão a provar do seu próprio veneno. Pode bem ser, como já escrevi antes, que tudo não passe duma decisão pedestre de empresários espanhóis cobardolas, que não queriam um “incómodo político” a fazer entrar areia no seu negócio chorudo de novelinhas tontas e detergentes milagrosos.
10 comentários:
... "assim vai o mundo" na "sucática república" da Surrealândia!...
Eu bem não me canso de verberar a falta de perspicácia e sentido geo-cultu(r)al dos meus papás (ou do táxi-cegonha que eles mandaram há mais de meio século vir de "sei-lá-de-onde-é-que-vêm-as-cegonhas" comigo a bordo) e que, quando eu lhe disse, ainda muito pequenino e naturalmente tímido: "Está livre? Por favor, leve-me para a Inguchétia!) em vez de "Inguchétia", percebeu (talvez estivesse muito vento, não sei!...) "Sucatolândia" e trouxe-me para "aqui"!...
Mas eu (pequenino e tudo) já estava mesmo a adivinhar que "isto" ia estar cheio de Sócrates a fazer cursos na Independente (e belas casas na Covilhã!); de Manuéis Pinhos a fazerem corninhos, Mouras Guedes a fazerem boquinhas, Prisas a ABRIR as boquinhas e por aí fora!
Quer dizer: desgraçadamente por causa de um erro de navegação do raio de um pássaro, tinha eu de vir cair aqui, no meio deste autêntico regabofe de embusteiros, "char-à-banc" de chicos espertos e/ou "país pretextual" de porteiras e guarda-livros a "armar ao fino"!
Oh! Sorte malvada, triste fadário!
Só posso dizer que este país está a chegar a um ponto que começa a insultar a minha inteligência.
Abraço.
Filhos, não é o país que tem culpa. No fundo, são todos iguais. Claro que já se sabe o que é segundo Saramago "o rosto humano do Capitalismo", as Prisas, os Polancos, enfim, os Belmiros e os Belpiros, enfim, esses "cousos".
Mas não devemos deitar fora este país transbordante de boa gente, só por causa de uns tantos jagodes que o tramam e nos tramam. Vamos a eles!
(por enquanto com eleições!...)
Luis Nogueira
Que a srª não é independente já toda a gente sabe. Que tem um estilo por vezes irritante também. Mas não é isso que está em causa. É uma questão de estilo. A sua conduta jornalista aproxima-se dos programas sensacionalistas... E quê?... há quem goste... e se é uma questão de gosto não se discute (quem não quer ver que mude de canal).
Pequeno, mesquinho, interessado em calar este tipo de comunicação e controlador é um 1º Ministro quem se apresentou como vitima numa entrevista e mostrou-se "tocado". Foi quem abordou o assunto num congresso de um partido politico(???)... Não terá sido exagerado?...
Parece-me aquelas noticias das revistas cor-de-rosa em que depois vão à Julia Pinheiro desmentir o assunto.
Será que um 1º Ministro se deve deixar-se tocar por uma jornalista, ou por um estilo jornalistico? Será que o Sr. não devia ter sabido qual o seu lugar e demonstrar-se superior a isso. Muito mau estratega... e quem o aconselha é tão mau como ele...
A politica do coitadinho é algo que já cheira mal... Este Sr. não tem culpa de nada e nunca esteve envolvido em nada... Este Sr. culpabiliza tudo o que se passou ou que foi feito por outros governos e assim se discute o agora. Compreendo que se responsabilize o anterior governo durante um ano (mais ou menos) mas passados 4 anos ele continua com o mesmo discurso. Será que ele não entende que todos os governos são maus... não se consegue encontrar um unico governo desde o 25 de Abril que não tenha tido os seus casos... e quê?... isso resolve o quê? Este tipo de discurso não me parece o melhor: "Eles são piores do que eu"... é este o discurso politico do nosso 1º Ministro.
Alem disso eu não gosto de quixinhas... sempre a dizer "eles tambem não fizeram", "a culpa é deles", "eles falam mal de mim"...
Se pensarmos bem, qualquer caso que veio à baila sobre o actual 1º Ministro teria feito com que fosse obrigado a demitir-se. No EUA (que tem muitos defeitos) o Sr. já tinha ido parar ao olho da rua... seja em relação aos projectos assinados, ao curso acabado num fim de semana, ao caso Cova da Beira, à JP Sá Coutos e Mota-Engil, e ao fantastico Freeport...
Se fosse por lá, quaisquer destas coisas seriam razão para perder, no minimo as eleições.
Relembro a barraca que deu a um Presidente dos States ter tido um "relacionamento" com uma estagiaria.
Mas é o pais que temos.
O pior cego é aquele que não quer ver, não ouve, não fala e concente!
Claro que sim, oh, Luís Nogueira!
Eu, pessoalmente, adoro esta "casinha de má fama" em que se tornou (às mãos de Cavacos, Sócrates e quejandos) Portugal!
O meu... "ingochetismo" é puramente argumentativo, crítico e dialéctico!
Não... "diurético", como o materialismo desta "tropa fandanga" toda: dialéctico, MESMO.
Tenho é umas 'saudades brutais de um futuro' que começou para aí a meio de '74 e acabou quase imediatamente (em termos históricos, foi mesmo imediatamente!) no final do ano seguinte, mais concretamente em Novembro desse ano.
Caramba!
ISSO não consigo deixar de ter!
E é, aliás, por isso [Inguchétias à parte!] que subscrevo incondicionalmente a sua sugestão: VAMOS A ELES, POIS!
[Por enquanto, só em eleições...]
O PS está a colher a tempestade dum vento que semeou. Mas duvido que a poucas semanas das eleições inicia-se a colheita por iniciativa própria...
1)Assino plenamente esta opinião, apesar de nunca ter sido cliente da MMG.
2)Esse pateta disse mesmo que “a política é autónoma da ética e a ética é autónoma da política”? E eu que sempre acreditei que o William Gladstone tinha razão quando disse que "o que não é moralmente certo não é politicamente correcto"...
Jornal Nacional de Manuela Moura Guedes, Vasco Pulido Valente, Emídio Rangel, Sócrates... ena, pá, tanta desgraça!... Como deve sentir-se mal O Maquiavel, vendo o seu nome no meio de tanta sujeira...
Um abraço.
E - falha imperdoável - esqueci-me do Marinho Pinto...
Um abraço.
Carlos Machado Acabado:
As cegonhas são umas inconscientes! Basta ver o raio de sítios em que fazem os ninhos...
Vermelho:
Há-de mudar de rumo!
Luís Nogueira:
O país é bom... mas quem tem tomado conta, francamente...
Luís Rosa:
Felizmente, muitos vão abrindo os olhos...
Carlos Machado Acabado:
Vamos, pois!
Bruno:
Tiveram galo... ☺ ☺
Fernando Samuel:
Sim, sim... uma boa sujeirada sem Marinho Pinto nem é a mesma coisa. ☺
Abreijos gerais!
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