Cândida Almeida – A “advogada”?

Dos vários títulos possíveis sobre este mesmo assunto, escolhi este, do DN: Procuradores com "falta de confiança" em Cândida Almeida.

Adensa-se o descrédito. Os procuradores do Ministério Público encarregados das investigações do “Caso Freeport”, já nem escondem que preferiam reunir sem a presença da sua superior hierárquica, a cândida doutora Almeida. Presume-se que por desconfiarem da sua real motivação na investigação.

Adensa-se a vergonha. Os investigadores que, do lado inglês, tentavam igualmente esclarecer as suspeitas de corrupção neste processo, também não escondem o facto de estarem convencidos de que a “chefe” das investigações, pelo lado português, funcionava não como investigadora, mas mais como “advogada” de José Sócrates.

Adensa-se o espanto. A doutora Cândida Almeida terá negociado com os procuradores (e eles deixaram!) os termos em que seria redigido o "Despacho de Arquivamento". Em troca, Sócrates foi deixado em paz e fora do assunto.

Este modo de fazer “justiça”, um pouco à maneira norte americana, em que mesmo antes de terminarem as investigações, acusação e julgamento, é possível (havendo muito dinheiro) “negociar” com o Ministério Público uma “saída airosa”... é asqueroso.

Quem, pressurosamente, foi servilmente garantir ao Primeiro Ministro que este era um assunto encerrado e que podia declarar nas televisões, ser a “ultima vez que falava deste assunto”, no mínimo, enganou-o!

Enganou-o e, espero bem, enganou-se! É imprescindível que se deslinde qual a profundidade deste verdadeiro chiqueiro em que chafurda a nossa Justiça.