Os amigos são para as ocasiões... e para o “outsourcing”

No "Correio da Manhã" de ontem, lendo esta peça onde se fica a saber (entre outras coisas) que o Governo faz “descer” despesas que entretanto sobem exponencialmente na coluna ao lado... mas com outro nome, o que mostra, para além da trafulhice a que gostam de chamar “engenharia financeira”, o enorme respeito que esta gente tem pela inteligência dos eleitores, fiquei especialmente deslumbrado com o final do texto, que aqui transcrevo:

«Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos 134,1 milhões de euros gastos pelo Estado em estudos, pareceres e consultoria entre 2004 e2006 concluiu que apesar de o sector público dispor de 96 órgãos ou serviços com funções de natureza consultiva, os gabinetes ministeriais e organismos por si tutelados recorrem a entidades externas para a realização deste trabalho. O TC refere que não foi avaliada a necessidade de os realizar, como sublinha o facto de 41,4% dos trabalhos encomendados não terem tido qualquer aplicabilidade prática».

Isto vem provar que, independentemente da nuance de rosa ou laranja que acidentalmente ocupe o poder em dada altura, quem lucra sempre e sempre muito são os amigos dos governantes, amigos sempre prontos a prestar estes serviços, absolutamente “imprescindíveis”, ao país.