sábado, 19 de setembro de 2009

A corrida



Esta estória passada entre o Público e o Diário de Notícias, com o primeiro a sugerir que há escutas do Governo ao Presidente e o segundo a sugerir que foi o presidente quem "encomendou" essa estória, numa troca de textos em que já não há jornalistas nem jornalismo, mas sim marionetas manipuladas por “fontes bem informadas”, é, convenhamos, um lamaçal de contornos algo porcos.

Se for verdade que o Primeiro Ministro, para se garantir no poder, controla a actividade política do Presidente, utilizando para isso os serviços secretos... convenhamos que será um facto um pedacinho porco.

Se for verdade que, para comprometer o Governo e o PS, com o objectivo de favorecer o PPD-PSD e realizar o velho sonho da direita, “Um Governo, um Presidente”, Cavaco Silva inventa e manda “plantar” nos jornais esta estória mirabolante das escutas... convenhamos que será igualmente um facto um tudo nada porco.

É lamentável! Adaptando livremente a esta situação a célebre frase de uma antiga glória de Hollywood, direi que “O grande problema numa corrida de porcos é que o que chega em primeiro lugar nem por isso deixa de ser um porco!”

16 comentários:

Carlos Machado Acabado disse...

Já estava a ver!...
Já estava a ver que não!
Porque a verdade é que a "estória" em questão se reveste de uma gravidade verdadeiramente inaudita na medida em que não bastava que os jornais (inclusive o "Público" que é---sem ilusões, de resto!---o jornal que leio todos os dias) aceitassem transformar-se em "peões" de um jogo em que cada um de nós está a ser, de forma completamente indecorosa e simplesmente indigna, à revelia da mais elementar ética e da mais simples deontologia, manipulado e usado; não bastava, dizia, ISSO [que já é, por si só, algo bastante para dar do jornalismo que se faz em Portugal uma imagem AINDA MAIS inimaginavelmente servil (não 'civil': servil, mesmo!) e até, a mais de um título, torpe] agora a pouca-vergonha já envolve mais ou menos directamente (resta saber até que ponto...) mas, com certeza, expressamente cargos de representação pública relativamente a alguns dos quais tem inevitavelmente de começar a pôr-se a questão de saber se quem os desempenha ou, no mínimo, alguém próximo, tem, realmente, idoneidade pessoal e política para os desempenhar.
Tudo 'isto' é de uma gravidade inaudita e, se não estivéssemos em Portugal, dava crise institucional profunda---que seria, porém paradoxalmente, bem vinda por imperativos de higiene cívica e política.

Pessoalmente, só posso questionar: até ONDE descerá (ainda mais!) "isto", Senhor??!!

cetautomatix disse...

Essa faz-me lembrar a célebre tirada do Carvalhas repondendo a uma observação do Almeida Santos, presidente da AR, sobre o facto de o Carvalhas ter comparado o Tony Blair a um avestruz. Era mais ou menos "Compreendo a sua preocupação, mas pode V.Exa ficar descansado. Não foi minha intenção ofender o animal".
Neste post tratas muito mal os porcos, coitados!

Maria disse...

Pelos vistos correndo num grande lamaçal...

Abreijos

Anónimo disse...

Vou emigrar...

amigona avó e a neta princesa disse...

Pois é isso mesmo! Ó Samuel que mal te fizeram os porquinhos que têm um focinho tão ternurento e até são vítimas do nosso apetite? Chamamos-lhes porcos porque gostam de se "lavar" na lama?!!! Hasteio aqui a bandeira do protesto! Não os mistures com a lama do governo, do presidente, blá, blá, blá....
Abreijos,

Antuã disse...

Coitados dos porcos.

duarte disse...

aqui , não tarda, chega a altura dos fumeiros...
abraço do vale

svasconcelos disse...

O assunto é seríssimo, e merece todo o esclarecimento em seu redor. Não podem subsistir dúvidas em matérias deste carácter, gravíssimas...

Mas, Samuel, a tua fotografia e o texto tão concordante e adpatado a ela, conseguiram , apesar da gravidade do assunto, arrancar-me uma valente gargalhada.
Mais uma vez...:))
(Onde é que arranjas tantas pérolas??)
beijos,

do Zambujal disse...

Ainda por cima há uma Magestade, o Rei dos Leittões que não entra na corrida porque não quer a fórmula Um Rei, Um Primeiro-Ministro, Um Presidente de Junta, todos juntos e ao molhe (private joke? talvez...)

Mais uma "boa malha"
Abraços

Já não há pachorra. disse...

Samuel, a falta de curiosidade em descobrir quem fez porcaria só o deixa ficar mal, quer é aproveitar para malhar no inimigo, o que não é coisa que me espante. Mas desculpe que lhe diga: Apareceu mais um porco na história.
É por esse sectarismo a que dedicam a vida que não passam dos sete por cento. As setenta virgens os acolherão no céu...

samuel disse...

Carlos Machado Acabado:
Há sempre mais um degrau para descer...

Cetautomatix:
É exactamente o meu caso! Não quis ofender os pobres bicharocos...

Maria:
É o que vai havendo...

Anónimo:
Já abriram as inscrições??? ☺ ☺

Amigona:
Estou quase a ficar com remorsos por ir almoçar o que vou almoçar... na Mealhada... ☺

Duarte:
Como eu gosto de ir espreitar por debaixo daquelas chaminés...

smvasconcelos:
Brincar com ele não lhe tira um grama da gravidade. Alguém terá que pôr este assunto a limpo!

Do Zambujal:
O grande Rei dos Leittões... é outro campeonato!

Já não há pachorra:
Primeiro, empreste-me o nickname por uns segundos.
As suas duvidosas setenta virgens não me interessam de todo... mas era bem capaz de dar para aí... sei lá... 50 cêntimos, para saber de que porra é que você está a falar. Você sabe? Ou calhou sair isso?


Abreijos (quase) colectivos!

Fernando Samuel disse...

Já não há pachorra para tanta porcaria: a antiga glória de Hollywood é que sabia como era...

Um abraço.

Manuela Galhofo disse...

"já não há pachorra" diz que apareceu um novo porco na história.Eu acho que ele o conhece muito bem,por isso se ofendeu com o teu comentário,Samuel.

Pata Negra disse...

Ter pachorra para os que não têm pachorra é um dos desígnios de um rei de porcos.
Um abraço do trono

JM disse...

Seja qual for o 1º porco a chegar, estamos sempre perante o triunfo dos porcos.

samuel disse...

Fernando Samuel:
Oh se tinha! A frase dela envolvia ratos...

Manuela Galhofo:
Será? :-)))

Pata Negra:
Há sempre "elementos" que só servem para desgraçar a espécie! :-)))

JM:
É exactamente esse o sentido da coisa...


Abreijos colectivos!