António Mexia é um daqueles brilhosos (nem brilhantes nem briosos) gestores "bipolares" que, afirmando-se muitíssimo neoliberais, logo, contra a intromissão do Estado no mundo dos negócios, vão intercalando esses fervores ideológicos, com largos períodos em que enchem a pança como gestores de empresas públicas. Quando são minimamente competentes, o seu trabalho nessas empresas públicas, para além de encherem a pança, consiste em prepará-las para a “matança”, separando-as em pedaços, sob a forma de “n” novas empresas, sendo que em algumas, fica a actividade que der prejuízo e serão essas a ficar nas mãos do Estado e as outras, as que dão lucros, são privatizadas. Em condições normais, estes brilhosos gestores públicos têm lugares reservados nas novas empresas privadas... ou então os filhos, ou genros, ou cunhados, amigos...
António Mexia, enquanto gestor da EDP, que para estupor e desespero mundiais, viu os seus lucros diminuídos em 20%, caindo para uns “trágicos” 748 milhões de euros, isto apenas nos primeiros 9 meses do ano, tem uma participação relevante no capital do BCP, banco que tem o privilégio de contar, na sua administração, com o contributo desse outro brilhoso gestor que é Armando Vara.
Questionado sobre a constituição de Armando Vara como arguido num caso de corrupção, declarou que “não tem por hábito falar de pessoas”... o que é muito bom, dado que quase toda a corrupção que se conhece é praticada por periquitos, iguanas, cágados e outros animais domésticos exóticos. Nunca por pessoas!
Acrescentou ainda que “o que se passa no BCP tem de ser tratado no contexto do BCP”, o que também deve ser uma coisa muito boa e eficaz. Pelo menos, por exemplo, foi assim, tratando exclusivamente dentro do futebol o que é do futebol, que o dito chegou ao estado de indigência moral e ética em que está, foi assim, tratando apenas dentro do casal o que é do casal, que a violência doméstica tem feito a carreira que se conhece, etc, etc.
Mais adiante, questionado sobre a mesma investigação, mas agora em relação à situação de José Penedos, gestor da REN, o mesmo que antes, quando fazia parte do Governo "socialista" de António Guterres, dizia que por cada empresa que privatizava, abria uma garrafa de champanhe, respondeu prontamente que “gerir é transformar complexidades em resultados. É isso que me compete, não me compete ser um regulador da moralidade ou das percepções”... o que também parece dar imenso jeito, pelo menos a figuras como Isaltino de Morais e a esta verdadeira alcateia de gestores brilhosos, dado que neste país, desgraçadamente, ainda há milhares de eleitores que dizem “Quero lá saber que ele roube! Desde que faça...”, ou outros que (esperançadamente) afirmam “Se eu lá estivesse, fazia o mesmo!”
Tanto caminho para andar... mas, felizmente, outro mundo é possível!
13 comentários:
E quando a determinação nos dá a força para mudar não importa o caminho que temos (ainda) para andar...
Abreijos
Caminharemos rumo ao futuro.
Claro que é!!!
Abreijos
"...não se fazem revoluções de barriga cheia"
Vejo o problema nas raízes desta sociedade, nos valores que a TV apregoa, nos anseios de quem leva pontapés no rabo todos os dias e está morto por ser ele a distribui-los. Uma nova(o) mulher/Homem , uma nova consciência, um novo mundo. Só com acesso a verdadeira cultura e conhecimento que crie massa crítica.
Outro mundo é possivel e nós estamos na primeira linha para o tornar uma realidade.
A luta continua!
Um Abraço
Esses tipos são só mais alguns bons rapazes. Qual é a estranheza ? :)
Abraço
Será que estamos destinados a continuamente aturar esta camada de mal-criadores de cultura?
Sei que são milénios de história, mas que diabo...ninguém vê as falcatruas, as vigarices, os miandros da corrupção?
Será que a luta e a forma dela vai por mau caminho? É que é de mais!
Será que temos de encostar à caixa para reflectirmos todos juntos?
É que de todo o lado de todas as frentes nascem corruptos e cada vez mais parece que o viveiro não para...
Vamos a eles pôrra..! Já cansa e faz desesperar de tanto sofrer!
Com um abraço de "O Catraio"
Maxia, Vara, Penedos, Isaltino, etc, etc, são os típicos «heróis do nosso tempo»: o futuro não é deles...
Um abraço.
Brilhante! Agora parece mais fácil apanhar esta corja de ogres corruptos. Falamos com o gato das botas, ele convence-os a transformarem-se em leões para lhes alimentar a vaidade, depois sugere-lhes que se mutem em ratos para aferir as possibilidades da façanha e zás, gaiola com eles!
Abraço.
Apesar de barulhentos, gosto mais dos periquitos. E são muito mais honestos e solidários.
Maria:
Haja caminho!
Antuã:
Como tem que ser...
Amigona:
☺
Camolas:
Infelizmente temos um povo algo resistente à curiosidade pelo diferente e pelo futuro...
Hilário:
Teremos é que ser mais...
Zero à esquerda:
Estranheza? Nenhuma!...
Anónimo:
Quando soubermos todas as respostas... outros problemas se colocarão.
Entretanto... vamos a eles, porra! ☺ ☺
Fernando Samuel:
É, companheiro, mas estragam e sujam tanto o nosso tempo!
Vermelho:
Isto é um conto de fadas... com a ortografia toda errada... ☺ ☺
Daniel:
Bicharocos bem simpáticos. Não há registos de periquitos corruptos, de facto.
Abreijos colectivos!
Este Mexia com o PSD no Governo, continuou Mexia e a mexer com o PS no Governo. Porquê? Porque são almas gémeas, com os mesmos objectivos, quais delas dão a cara para concretizarem esses objectivos. Tudo com muito suor que , felizmente, alguns sacos bem recheados ajudam a compensar. Caminhamos para um País onde um Valor que deveria ser tão natural como o ar que respiramos, embora frequentemente poluido, a HONESTIDADE passa a ser uma condição prioritária para a nossa condição de vida.
Com Trabalho, Honestidade e Competência acabaremos por mostrar a nossa Razão. Sempre do mesmo lado porque nos reconhecemos como tal e não precisamos que mudando de lado nos reconheçam. É que também nos valores que defendemos não cabe o oportunismo nem a traição.
Nortada
So para clarificar a camaradagem, EDP eh uma empresa privada...
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