De forma perfeitamente avulsa, como o título indica, irei publicando aqui, até que as “réplicas” e ecos destas Eleições Autárquicas se forem naturalmente desvanecendo, algumas reflexões e simples apontamentos sobre o processo e os seus resultados.
Em primeiro lugar, então, a própria noite eleitoral televisiva.
Todos os canais de televisão e estações de rádio foram atacados por uma espécie de vírus que transformou apresentadores com condições para serem perfeitamente normais (alguns já foram) numa espécie de papagaios com defeito de fabrico, incapazes de alinhavar uma frase escorreita sem a atascar de sons entre o “ããmm... ããmm” e o “âââ”, em quantidades tais, que seria hilariante, desde que não se tratasse de apresentadores, locutores e jornalistas, em emissões supostamente sérias, que nos infernizam os ouvidos com as centenas de “a-ministros”, “ããmm”, “a-políticos”, “ããmm” e “a-comentadores”...
Quando vi os dois operadores de monitores “muito grandes e tecnológicos”, como não se cansaram de frisar, referirem-se aos anos de Sampaio e João Soares à frente da Câmara de Lisboa, como anos de gestão PS, varrendo assim da História, duma penada, aquela que foi uma dos mais importantes e bem sucedidas experiências de gestão autárquica partilhada e participada, assumida por uma coligação entre o PS e o PCP, liderada pelo PS (Câmara) e pelo PCP (Assembleia Municipal), coligação que esteve à frente dos destinos da capital do país durante doze anos... temi o pior para a noite televisiva eleitoral da RTP1.
Afinal foi rebate falso. A emissão arrastou-se durante cerca de sete horas apenas como é costume: de forma tendenciosa, pouco plural, medíocre!
De qualquer modo, salvou a noite o repórter de rua, certamente já estafado e irritado com as constantes correrias para acompanhar as passeatas que foram o facto mais visível da tragicómica noite de Santana Lopes, sem nunca conseguir arrancar-lhe qualquer declaração coerente. Depois de o “encurralar” numa curva, fez finalmente a pergunta por que todo o país já ansiava:
- Porque é que o senhor não pára de andar de um lado para o outro?!
10 comentários:
Não sei se alguém esteve atento, mas achei a declaração de vitória de Moita Flores uma infâmia. Sabendo aquilo que se passou durante a campanha eleitoral das legislativas e depois nas autárquicas em Santarém, posso dizer que Moita Flores é um caso complexo da nossa política que merece alguma reflexão.
Não poderiam eles dizer que, mesmo quando a coligação perdeu a presidência da CM Lisboa em 2001 para Santana Lopes, manteve-se a presidência da CDU na Assembleia Municipal. Enfim, mais uma rtp1. E sendo que não é 'direito de tendência', só pode ser 'tendência para a direita'... :)
... e o homem parou ou continuou a andar? :)
Abreijos
Pergunta infeliz. O homem nunca se aguentou num lugar até ao fim.
Não foi só a declaração,o moita(o proprio) é uma infâmia.Mas não é ele da mesma casta dos "tais" do ps e psd,que se vão governando em vez de governar?fico feliz de não se governarem com milhares de portugueses, mas como se viu no domingo, governar-se é o que está dar...
Dito por aquilo, o insulto à CDU virou elogio...
E os jornalistas tão venerandos,obrigados e curvados perante os morgadinhos do ps - psd - cds, foi giro vê-los a atropelarem-se...e a correr atrás do homem,que se calhar o que queria era aliviar-se...
A pergunta foi oportuníssima - e a resposta fez rir a malta.
Um abraço.
Caros camaradas, desculpem a intromissão mas agradecia a divulgação da seguinte iniciativa que me parece de relevância científica e cultural.
Um abraço
O Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto promove o Encontro “À conversa sobre O Capital de Karl Marx", a propósito da publicação inédita do II Livro em Portugal.
O evento decorrerá no dia 15 de Outubro, na Sala de Reuniões da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, pelas 17h30.
Nesta iniciativa procurar-se-á discutir interdisciplinarmente tópicos da obra mencionada que revistam actualidade e pertinência analítica para a compreensão de actuais dinâmicas sociais, económicas, entre outras.
Oradores convidados:
Manuel Loff (FLUP)
Nuno Nunes (ISCTE-CIES)
Carlos Pimenta (FEP)
Francisco Melo (editor e filósofo)
Organização: João Valente Aguiar (ISFLUP)
ENTRADA LIVRE.
Foleiro, foleiro foi o "cumentário" do vencedor PS das autárquicas em Beja quando diz que; finalmente há liberdade...
Como se os «dorminhocos« do 25 de Abril alguma vez se importaram na restauração das liberdades democráticas.
A combinação do PSD para votar PS e derrotar os comunistas só prova que ambos são iguais.
Os democratas bejenses, trabalahadores, pagarão bem caro os desmandos destas jogadas golpistas.
JF
Nada. Estas eleições já não contam para nada. Dados viciados, chavões a torto e a direito, embriaguez jornalística. Os mesmos ataques baixos e mesquinhos ao PC. Das duas uma: Ou isto muda ou corremos o risco de nos adaptar.
Têm razão camaradas, as "vitórias" repetidas da CDU fazem uma azia do caraças! Como eu vos invejo esse desconhecimento do sabor da derrota...
Caraças, não há maior cego do que aquele que não quer ver!
Miguel Botelho:
Sim... alguns são complexos... outros orientam-se o melhor que podem... apenas.
Maria:
As últimas notícias são de que “anda por aí...” ☺ ☺
CS:
Bem podia acomodar-se de vez ao lugar para que tem mais talento, o de inútil.
Manuela Galhofo:
Isto de jornalistas... há os que têm que os sofrer (ossos do ofício) e os que não merecem melhor do que ser tratados como pés de microfone.
Fernando Samuel:
Felizmente, não foi o único momento “alegre”!
João Valente Aguiar:
É uma boa iniciativa! Mesmo quando todo o espaço parece reservado e ocupado pela acção, uma base teórica um pouco mais firme... daria jeito, não é?
Joseph:
Começou bem! A primeira grande declaração pública... é de se lhe tirar o chapéu.
Anónimo:
?
Zé de Beja:
??
saludos generalizados!
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