sábado, 3 de outubro de 2009

Carmen



Gosto de imaginar que durante um passeio por um qualquer bairro da Paris de 1875, Georges Bizet tenha sido fulminado pela visão desta jovem vendedeira de um mercado popular, tendo corrido para casa, fantasiando toda uma estória à volta deste "encontro", fantasia que se teria materializado na forma da sua grande ópera “Cármen”.

Infelizmente, não há qualquer dado histórico que apoie esta minha fábula. A ópera foi baseada num romance já existente e George Bizet morreu nesse mesmo ano de 1875. Não chegou a ter noção do êxito retumbante da sua última obra. Não chegou a ver o cortejo de espantosas “Carmens” que a sua obra faria brilhar e espalhar sensualidade em palcos de quase todo o mundo, cortejo que dura já há mais de cem anos...

Felizmente, também não viveu o suficiente para ver a sua “Habanera” cantada por... uma abóbora! As versões “sérias” estão aí ao vosso alcance e são às dezenas. Ouçam várias... comparem... comparem... comparem... ou ainda...

“Habanera” (“Cármen”) - Sesame Street
(Georges Bizet)

9 comentários:

anamar disse...

Uma delicia...
:))
:))
Abreijo e bom fds

Algarviu disse...

Excelentes as "comparações" sugeridas. Permite-me que sugira aquela de que mais gosto, a da Maria Callas.

Maria disse...

Então lá fui eu 'comparar' como tu dizias... Adorei o 2º compare, e achei interessante o último.
Este da laranja é muito original...

Abreijos
(e boa viagem a esta hora...)

Cloreto de Sódio disse...

Por motivos difíceis de adivinhar, tornei-me íntimo de alguns excertos da partitura. E ousei profanar esse santuário de sensualidade que é o texto lírico de Bizet. Ousei, não. Ousámos. Um grupo de gente bem intencionada. Ainda estamos a medo. Mas já apanhámos o "toque".

Abraço.

Luis Nogueira disse...

Ai, Samuel, Samuel! e aquela Carmen maravilhosa do Saura e do Gades, essa que só dança... E o grande Antoñito Gades a dançar uma "Farruca".
Ai todas as Carmens do mundo, as Brancas as Negras, as Asitáticas... E aquela Carmen que perpassa num poema do Baudelaire ("A Une Malabaraise") e que o Leo Ferré canta? Que delicioso veneno, que belo paraíso natural...


Luis Nogueira

duarte disse...

olá samuel
reconheço que nunca me dei ao trabalho de comparar versões...que já ouvi umas poucas,já. Mas que não sou muito de passear os meus ouvidos pelo clássico , não.
talvez os meus ouvidos não estejam preparados para tal. embora tenha dado estas coisas todas nas aulas de música, ficou-me muito mais no ouvido um bom negro-spiritual , ou até um Bregovic,ou mesmo um tocador de estação de metro.
quanto a Carmens...isso é outra música...agradáveis algumas , e outras com pele casca de laranja, sem jeito para cantar em tom algum.
abraço do vale em campanha...e muita força.

samuel disse...

Anamar:
A abobrinha é uma artista! ☺

Algarviu:
Sugira à vontade... ainda existe um grande mercado para a Callas.

Maria:
O segundo é uma grande temperatura... o quarto é um sossego.

Zero à Esquerda:
Qualquer motivo é bom... ☺

Luís Nogueira:
As “Carmens” sempre fizeram voar a imaginação.

Duarte:
Esses são outros “clássicos”...


Abreijos gerais!

Fernando Samuel disse...

Mesmo sem qualquer dado histórico, de certeza que foi assim como dizes que as coisas aconteceram...

Um abraço

samuel disse...

Fernando Samuel:
Ainda bem que também achas... ☺ ☺


Abraço!