Se existia uma vontade por parte da comunicação social, ou quem quer que fosse, de explorar uma oportunidade de escândalo político, com a possível expulsão do PS dos seus militantes que se envolveram em candidaturas autárquicas contra o próprio partido, com natural destaque para Narciso Miranda, essa oportunidade esvaziou-se rapidamente. Primeiro porque a decisão do PS é absolutamente legítima, segundo, porque no essencial, está certa e, sobretudo, porque os outros partidos, mais nuance menos pormenor, não só estão de acordo, como têm procedimentos disciplinares semelhantes.
Com efeito, tomando como exemplo exactamente o caso de Matosinhos, se Narciso Miranda e os seus vereadores e deputados municipais se prepararem para fazer oposição à gestão do Partido Socialista (que venceu as eleições), não faz o menor sentido que continuem dentro do partido. A menos que acabassem por se entender todos e aí, o povo, na sua grande sabedoria, bem poderia chamar a todo o processo uma bela “palhaçada”.
De qualquer modo, numa das discussões televisivas a que assisti, o comunista Honório Novo chamou a atenção para o problema que está na génese destas candidaturas “excêntricas” que se auto proclamam independentes. Até hoje, nenhuma destas candidaturas teve nada de independente, sendo tão só, fruto das zangas, conflitos e perdas de confiança política que, pelas mais variadas razões, separaram esses candidatos dos seus partidos de origem. A CDU, aliás, sabe muito bem do que fala, pois pode orgulhar-se de, não poucas vezes, mesmo arriscando perder uma autarquia, como tem acontecido repetidamente, não hesitar em oferecer os clássicos “pares de patins” aos autarcas que, por tiques pessoais, desvios de rumo, deslumbramento com o poder, ou por qualquer outra razão, se têm afastado do rumo e da essência das políticas que formam os princípios e práticas decididas pelo colectivo.
A intenção dos legisladores que abriram as portas a estas candidaturas “independentes”, pensando sinceramente estarem a permitir a vinda para o trabalho nas autarquias de verdadeiros independentes, era boa. Infelizmente, está a revelar-se um desastre e um descrédito para a própria democracia!
Não é vergonha reconhecer que não se previram os possíveis efeitos perversos de uma ideia que se queria virtuosa. Como resolver o problema... isso lamento, mas não sei exactamente. Sei, no entanto, que alguma coisa devemos fazer para livrar as nossas autarquias de “valentins”, “isaltinos”... e de outras “independências” que bem conhecemos, movidas a despeito, ódio, ou interesses pessoais e que mais uma vez prejudicaram os resultados eleitorais da CDU e principalmente, o futuro das autarquias em que se instalaram de armas e bagagens.
11 comentários:
Esta é uma excelente reflexão.
Há ainda os 'independentes' do partido A ou B para as freguesias... foi moda, este ano.
Abreijos
Na minha visita habitual (sempre que posso) antes de ir conversar com Morfeu, dei com esta bela relexão. Plenamente de acordo.
Simples, claro - e irrefutável.
Um abraço.
Os "independentes" geralmente são para esconder qualquer estratégia de um grupo económico, principalmente ligado à imobiliária, ou então para dirfarçarem o descrédito dos partidos de onde são originais. Pelo menos é o que eu vejo na Figueira. quando há vários grupo daqueles, "intersses", um deles sempre têm po PS ou o PSD à mão.
um abraço
Os "independentes" são sempre dependentes de qualquer coisa - nada boa!
Concordo em absoluto Samuel...um abraço aos dois...
Se as expulsões fossem no PCP teríamos telenovela para vários meses e esses senhores seriam apenas vítimas de velhos ortodoxos.
Não há independentes. Há sempre qualquer razão ,ou ignorância ou mesaquinhez, a apoiar a opção. E o homicida do PS? Ai se fosse do PCP!!!!Um abraço.
Concordo plenamente! mas pergunto-me: Então e a corrupta da Fátima Felgueiras?
Se o PS não expulsou o Alegre, que se candidatou contra o Soares nas Presidenciais, porque terá de fazê-lo ao Narciso e a outros militantes?
Quanto á posição do PCP, basta ler as declarações que fizeram, Barros Duarte autarca da Marinha Grande, Luisa Mesquita autarca em Santarem e ex-deputada, e o anterior e actual autarca de Sines, para se perceber, que as razões do PCP em tirar o tapete a autarcas e vereadores, são por vezes bem MESQUINHAS.
Aliás ainda não percebi, porque apresenta um partido uma figura ao eleitorado, com a condição de passado um ano abandonar o lugar, isto é pura TRAFULHISSE politica, e se estas negociatas fossem publicas, certos autarcas do PCP não teriam o voto do eleitorado.
Se o PS não expulsou o Alegre, que se candidatou contra o Soares nas Presidenciais, porque terá de fazê-lo ao Narciso e a outros militantes?
Quanto á posição do PCP, basta ler as declarações que fizeram, Barros Duarte autarca da Marinha Grande, Luisa Mesquita autarca em Santarem e ex-deputada, e o anterior e actual autarca de Sines, para se perceber, que as razões do PCP em tirar o tapete a autarcas e vereadores, são por vezes bem MESQUINHAS.
Aliás ainda não percebi, porque apresenta um partido uma figura ao eleitorado, com a condição de passado um ano abandonar o lugar, isto é pura TRAFULHISSE politica, e se estas negociatas fossem publicas, certos autarcas do PCP não teriam o voto do eleitorado.
Maria:
Há sempre um independente desconhecido que espera por si...
Daniel:
É bom ir para os braços do Morfeu... de acordo com alguma coisa ou alguém. ☺
Fernando Samuel:
A precisar de urgente atenção.
Alex Campos:
É gente muito dada à criação de “movimentos”... mas muitas vezes as únicas coisas que se movimentam são as contas bancárias...
Amigona:
As dependências acabam sempre por se revelar.
Antuã:
Imagino a barulheira...
Graciete:
Há sempre interesses...
Retalhista:
Essa, tal como o bombista Ferreira Torres e outros, felizmente foram à vida. Foi só por isso...
Anónimo:
Partindo do princípio que está de boa fé, se for dar-se ao trabalho de se informar decentemente, verá com desagrado que quem lhe contou essas estórias ou não tem jeito nenhum para as contar... ou enganou-o deliberadamente. Isso sim, é pura trafulhice!
Saludos generalizados!
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