O Presidente da República francês, Nicolas Sarkozy, é um homem pequeno. Não porque tenha, como é sabido, que usar tacões altos disfarçados nos sapatos para ficar quase do tamanho da sua extensamente vistosa (e interessante autora de canções) primeira dama. Não! Sarkozy é um homem infinitamente pequeno... por dentro.
Tal como o nosso irrelevante Paulo Portas, sempre que se sente escorregar nas sondagens e intenções de voto, perde a pouca compostura que tem e recorre aos velhos truques dos fascistas. Num ápice, todos os índices, até aí, normais, tornam-se gigantescos e não há argumento ou truque que não valha para instalar o medo entre os mais indefesos, desinformados, ou simplesmente ignorantes. Num ápice, o país está mergulhado na mais violenta criminalidade e insegurança, as notícias de crimes, assaltos, discussões em tascas, desastres de viação e até furos em pneus de bicicleta... enchem as páginas dos pasquins.
Quando isso não basta, avança-se então para os “pratos fortes”: os imigrantes que nos roubam os empregos, os desempregados que, afinal, não querem trabalhar, meio país é composto de criminosos, quase todos pretos, quase todos ciganos, quase todos estrangeiros... e se não bastar, os judeus dominam os bancos, os jornais, as televisões... e ai!, a degradação dos costumes e da raça!!!
Sarkozy já tentou tudo. Agora, mesmo provocando a grande desconfiança de alguns dos seus, mesmo ganhando uma capa na revista “Marianne”, que o trata de “Voyou de la Republique”, em português algo como vadio, ou canalha da República, capaz de tudo, mesmo sofrendo críticas generalizadas da Igreja... embora não tão "radicais" como as deste padre que todos os dias reza para que ele tenha um ataque cardíaco, o minúsculo estadista endureceu os métodos. A somar à proposta de retirada de nacionalidade francesa a cidadãos que cometam alguma ilegalidade e sejam descendentes de não franceses, juntou a expulsão de romenos e ciganos... todos tratados como ciganos, todos tratados como criminosos, todos tratados pior do que cães.
Esperava ele, apostando na velha tendência de alguns franceses para a xenofobia, conseguir subir meteoricamente nas sondagens e ganhar milhares de votos grunhos, racistas e de ódio. Parece que se enganou! Já pede "moderação" e, aparentemente, os únicos “votos” que está a conseguir, não contam. São os aplausos dos fascistas da Liga Norte italiana, que aproveitam o balanço do exemplo francês, para propor medidas ainda mais drásticas na Itália.
Não é esta a ideia que normalmente se faz da França dos “Direitos Humanos”... mas enquanto os próprios franceses não tratarem disso, é o que há!
6 comentários:
Pelos vistos a livre circulação de pessoas e bens na UE é só para alguns.
Beijo.
O outro! Sempre a medida do que nós somos. Nós, que somos o outro dos outros. Nós que somos os outros do outro!
Eis um petit Sarkosi traduzível por grande sacana (isto para não referir à mãe, que é para aqui chamada, nem à esposa que... sei lá).
Um abraço
Retirada da nacionalidade francesa a quem tenha cometido alguma ilegalidade e seja descendente de não franceses?...
Podia começar pelo próprio Sarkozy: farto de cometer ilegalidades e descendente de pai húngaro...
(é só uma sugestão...)
Um abraço.
Falta atacar (mais) gajas o l'home est desdesperdao!!!
Mandem-no para a Hungria.
Samuel,
De um modo geral, nós somos muito benevolentes em relação aos franceses.
É certo que a França costuma ser pioneira de coisas boas, mas depois vêm sempre estas encomendas como o Sarkozy.
Enviar um comentário