(João Abel Manta)
Pelo que vejo na revista “Visão” desta semana, o povo português é, mais uma vez, brindado com uma grande biografia de... Salazar. Exactamente! Quem mais haveria de ser?
Independentemente das possíveis intenções do autor deste trabalho em particular, intenções que desconheço, já que apenas li o que está nesta entrevista, ando há tempos para entender esta verdadeira obsessão com Salazar. Em tantos séculos de História não existem mais figuras de governantes, figuras políticas, da ciência, da cultura, do desporto, do coleccionismo de cromos, borboletas, isqueiros, carteiras de fósforos, chávenas de porcelana, caricas de cerveja e refrigerantes... dignas de atenção?
É pela duração do “reinado”? – Houve outros.
É por ter sido um refinado filho da puta? – Houve muitos outros.
É por ter voz de Papa? Por ser a preto e branco? Por usar botas? Por ser beirão? Por ser tarado por mulheres? Por gostar de se fazer passar por ser um tarado por mulheres?
A quem serve realmente esta cegueira dos media por Salazar?
24 comentários:
Não sei a quem serve, mas que o João Abel Manta fez uns desenhos bem fixes, lá isso fez :)
Talvez cansaço de tanto oportunismo e filha-da-putice de todos quantos têm ocupado as cadeiras do poder depois dele!
Talvez saudades de ver e sentir que quem ocupa (mal ou bem) as cadeiras do poder, deverá ter como único objectivo a governação do país (mal ou bem), sem cuidar primeiro, e antes de mais, de se "governar" a si próprio, como a maior parte dos filhos-da-puta que correram a sentar-se nas cadeiras que outrora lhe pertenceram!
Talvez só cansaço!...
Digo eu...
Fala-se muito sobre o botas, porque o brutamontes deste beirão tosco calou-nos tantos anos.
Mas as fileiras comunistas envelhecem na mesma proporção com que se intensifica a re-memorização daquele torcionário.
Milan Kem-Dera:
Pronto... pelo menos o seu caso fica explicado...
Deve ser por isso que o 25 de Abril de 74 encontrou um país miserável, coberto de analfabetos e com todas as riquezas nas mãos de meia dúzia de famílias multimilionárias e uns tantos agrários abrutalhados. Era governado por gente “desinteressada”.
Tenha lá paciência!!!
Leão sem fé:
“Envelhecem” assim tanto?!
O amigo tem que sair mais... conversar... abrir os olhos... ☺ ☺ ☺
Samuel:
Sem fazer (de todo) a apologia de Salazar e do seu regime (segundo parece, o meu nome constava a vermelho dos registos da PIDE), vou pegar nas suas próprias palavras, adaptando-as:
"Deve ser por isso que 37 anos depois do 25 de Abril de 74 o país se mantém miserável, coberto de alfabetizados com cursos superiores e sem emprego e com todas as riquezas nas mãos de meia dúzia de famílias multimilionárias e uns tantos agrários abrutalhados. Será por ser governado por gente “desinteressada e nada oportunista”?"
Tenha lá paciência!...
Serve ao Cerejeira que conhecia bem o olho do Salazar.
Milan Kem-Dera:
Você não fez a apologia do regime de Salazar, nem me viu a mim fazer a apologia do que se passa hoje.
Apenas não alinho na facilidade de achar que é tudo a mesma coisa... porque não é!
Aqui há algum tempo ouvi uma musica que é tristemente " Irónica " e que dizia assim...
"" E agora....o povo unido quer de volta o Salazar...quer de volta o Salazar...E agora BIS BIS !
Grande Samuel,passe lá os olhos pelo meu Blog e diga lá se sabia disto !
Nuno
Samuel:
Claro que não é a mesma coisa. Nem eu o disse. O que eu disse, e mantenho, é que o facto de se sentir um revivalismo crescente da figura de Salazar se deverá, provavelmente, a uma saturação e um cansaço das novas formas de fazer política, transformando-a numa palhaçada ignóbil por esta corja de canalhas incompetentes e oportunistas, para quem todos os meios justificam os fins, desde que lhes encham os bolsos com dinheiro e os egos com honrarias que não merecem!
Até a maior das conquistas de Abril - a liberdade de expressão - é quase diariamente torpedeada em quase todos os meios de comunicação, ao ponto de já não haver um único de inteira confiança.
Até as escolas que Salazar, num país de analfabetos, espalhou por todo o país e por tudo quanto era sítio, não importando o número de alunos que tivessem, agora assistimos ao seu fecho compulsivo. Só agora, e duma assentada, foram cerca de 900 encerradas, não importando a consequente desertificação do interior.
Claro que não é a mesma coisa... mas que isto é um grande tema de conversa, lá isso é!!!
Mais uma vez: excelente texto!
Numas quantas palavras lúcidas e corajosas fica tudo dito.Parabéns!
Bjs
Isabel
Pronto, tiraram-te do sério...
A quem serve? Aos que querem branquear o fascismo e pagam a quem lhes faz o frete de escrever.
Abreijos.
Lá que a falta de cultura permite sempre que a pior esscumalha se apodere do poder é verdade.
Mas não é igual.Ainda é possível enganar muitos incautos,é verdade.
É mais fácil andar por caminhos já batidos,mesmo sabendo que não levam a nenhum lugar,só à mesma porcaria.Mas,não quero ser o burro que anda à nora para alguns senhores sem escrúpulos beberem a água.
Alguns vão acordando.
Um abraço,
mário
Milan kem-Dera não é de esquerda nem de direita. É fascista envergonhado.
Briol:
É talvez um tanto exagerado... :-)))
O galo de Barcelos que se ponha a pau.
Traumas de infância e beatice comezinha, aliadas à falta de ímpeto num vazio perene, dessa sim verdadeira "escumalha" plantada na cadeira, ou poder-se-à dizer no trono?
Como “não sei ler”, sei apenas que não serve aos que ainda acreditam (e por isso lutam) poder existir uma sociedade seriamente organizada, honesta e justa! Nela, a ironia, os chavões, a boçalidade e a má educação terão pouco (ou nenhum) cabimento.
Mas a minha “reduzida instrução” é suficiente para perceber que agora, tal como outrora, quantos mais boçais houver (sendo irrelevante o partido em que militem), melhor para os nossos governantes!
Passeando na livraria do inContinente Belmiro, enquanto a patroa me comprava fraldas, apalpei meia dúzia de livros que tinham no título o palavrão Salazar. Contei a uma amiga atenta a livros editados e ela:
- Meia dúzia? São mais de uma centena!
E eu respondi:
- Porra! Santo Inocêncio! Isto é obra do acaso?!
Um abraço não por acaso
Talvez porque a campanha de branqueamento do fascismo é parte integrante da contra-revolução de Abril...
Um abraço.
Ainda um dia (não deve faltar muito)o vamos ver nos altares. É certo, certinho. Amén.
Briol:
«Milan kem-Dera não é de esquerda nem de direita. É fascista envergonhado.»
Não, meu caro. Já Salazar dizia que quem não era da UN era comunista; agora vêm os comunistas e dizem o mesmo, mas ao contrário!
Mas essa não pega: -não sou de qualquer partido, como não sou de qualquer club de futebol. Apenas porque nunca gostei de "encarneirar" com as ideias de alguém, mas, tão somente, pelas minhas próprias!
E se acaso tivesse de "encarneirar" em algum partido, posso garantir-lhe que nunca seria naquele onde uma discordância é o bastante para ser posto no olho da rua! Estranha forma de democracia esta...
Sabe, Briol, é que eu nunca usei palas nos olhos... é muito saudável, acredite, manter a visão para todos os ângulos!...
Samuel:
«É talvez um tanto exagerado... :-)))»
Vejo que está um homem mais feliz.
Eu também... :-)))))))
Milan Kem-Dera:
☺ ☺ ☺
Não é bem felicidade... Tratou-se de 50% de galhofa e 50% de “parece-me que não é!”... num estilo vagamente à la Mark Twain.
De qualquer maneira, dois reparos:
«onde uma discordância é o bastante para ser posto no olho da rua»
- Isso é uma estória da carochinha. Chamar simples discordância aos casos que têm levado o PCP, o PS, etc., a convidar militantes a sair, perante os casos conhecidos e as actuações públicas da maior parte das pessoas em causa... é muito, mas muito “boa vontade”.
«manter a visão para todos os ângulos!...»
- Esta é, decididamente, uma imagem muito mal escolhida. Quem tem visão em todos os ângulos é o camaleão... e misturar camaleões e convicções políticas numa mesma frase... não é bom! ☺ ☺
Saudações.
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