Francisco Assis e Governo PS/Sócrates– O “morto” estrebucha

A cinzenta realidade nacional, a vida dos portugueses marcada pelas políticas de direita do PS/Sócrates, está aí à nossa vista. O despudorado espetáculo do conluio entre os “mercados”, esta casta de “socialistas” e a direita mais conservadora, todos apostados em esbulhar os trabalhadores das suas conquistas, dos seus direitos e garantias, está aí, diariamente, a gritar a urgente necessidade de uma ruptura com este estado de coisas e uma mudança de políticas.

«Essa ruptura e mudança não se faz por um mero acto institucional, faz-se com combate político, faz-se com propostas alternativas…», disse o secretário geral dos comunistas, referindo-se ao alarido que provocou a revelação da abertura do PCP a considerar a apresentação de uma moção de censura ao Governo.

Mesmo tendo sido esclarecido que se trata de uma hipótese em aberto, discutível e em discussão, que não se trata de nenhuma histórica “perseguição” ao PS (muito eu gostaria que Vitalino Canas especificasse quando é que o PCP "não hesitou em derrubar" um governo do PS!), mas sim do direito de equacionar todas as formas de «afastar quem tem executado políticas de direita», como bem argumentou o deputado Honório Novo... caiu o Carmo e a Trindade.

O Governo do PS/Sócrates, “panicou”. Sentiu mais uma vez a real possibilidade de ficar com os fundilhos marcados pelo mais que merecido pontapé em cheio.

O PSD, mesmo afirmando com um sorriso amarelo e pela voz de Marcelo que «o Governo está morto», tem os nervos feitos em fanicos, pois nas condições económicas e financeiras em que está o país, ainda prefere, de longe, ver o PS/Sócrates a queimar-se irremediavelmente levando a cabo aquela que é, afinal, a sua política.

O BE, que ainda não conseguiu sacudir inteiramente do capote os resultados do enorme “passo em falso” eleitoral... pede calma a toda agente.

Seja como for, e por mais sério que seja o assunto, a reação de Francisco Assis é irresistível! Perante tudo o que tem sido a prática deste PS no Governo, a capitulação ao neoliberalismo, as constantes negociatas com o PSD e o alinhamento com as posições mais retrógradas da UE/Merkel... vir dizer que o «PCP é uma muleta da direita»... ou que «faz o jogo da direita», é (depois de passado o nojo) absolutamente hilariante... exatamente por vir de onde vem.

Pessoalmente, ainda bem que deixei de fumar já há alguns anos, pois perante uma graçola deste calibre, era bem possível que fosse atacado por um daqueles terríveis acessos de riso, seguidos de tosse... que nunca se sabe quando terminam, ou se terminam... o que na minha idade poderia até ser fatal.

Mas deixemos de pensar em “coisas tristes” (agora já estou novamente a falar de Francisco Assis)!