quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A saúde pública e os velhos – Morrer sai muito mais barato


Vejo na televisão uma manifestação de cidadãos, maioritariamente idosos, protestando contra mais um encerramento de um atendimento permanente na Urgências de um Centro de Saúde. Desta vez é em Torre de Moncorvo.
É longe! Torre de Moncorvo fica muito longe e esta gente, como a gente de outras “Torres de Moncorvo” deste país, valem pouco eleitoralmente, o que as faz não valer nada para o regime de Sócrates.
São as mesmas queixas de sempre: agora o serviço de urgências mais próximo vai ficar a quarenta quilómetros, a sessenta quilómetros, o hospital a mais de cem... se alguém se sentir mal, quando chegar a meio da viagem já fechou os olhos pra sempre... o táxi para lá custa para aí cem euros... onde é que temos dinheiro para o pagar?
Se é evidente que o regime de Sócrates encerra serviços públicos por toda a parte, se as grandes oportunidades de negócio com a saúde não estão nestas terras do interior profundo, por muito bonitas que sejam, mas sim nos grandes centros populacionais do litoral, se isto é já uma notícia recorrente... o que é que há de novo então? Há a desconfiança crescente e já evidente, por parte do povo e particularmente dos velhos, de que o regime se quer ver livre deles. Sim! Este regime de “socialistas” modernos, europeus e extensamente “democratas”... e não os comunistas, como andaram durante décadas a ser ensinados os seus pais e eles próprios. O regime que vê-los pelas costas, sem ter sequer que gastar o dinheiro da célebre “injeção atrás da orelha”.
Gostaria de poder ter uma palavra de ânimo para estes muitos milhares de idosos que trabalharam toda uma vida duramente e que são merecedores, pelo menos, de respeito. Gostaria de poder dizer-lhes que o Governo do seu país não quer, dolosamente, vê-los mortos, apenas para poupar no dinheiro das pensões e das comparticipações do Serviço Nacional de Saúde.
Gostaria... mas com que argumentos e, sobretudo, com que convicção?

12 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Como ando um pouco adoentada, apenas quero dizer que este post encerra grandes e terríveis verdades.

Um beijo.

salvoconduto disse...

Este país não é para velhos, será que alguma vez será para novos?

Antuã disse...

Não tenho qualquer dúvida que o governo PS quer matar os velhos para poupar dinheiro em pensões e assistência médica.

trepadeira disse...

Bem dizia o grego,em linguagem bem universal,"ou eles ou nós".

Um abraço,
mário

Fernando Samuel disse...

Não há como o capitalismo para deitar fora tudo o que já não dê lucro...

Um abraço.

Suq disse...

Que morram os velhos e os novos !

Mas que ninguém lhe dê conselhoooooos

Suq disse...

Há a múmia para-lítica ...

Aí Ooooohuuuu

Assim se tratam as bestas!

Anónimo disse...

Samuel
Então esta gente que "botou no cavaco" agora vem-se queixar? Do que é que eles estavam à espera? Já lá vão quase 37 anos após Abril e continuam a fazer a mesma asneira. Não pensam?
Vitor sarilhos

Anónimo disse...

é fácil: mete-se o povo num comboio para lisboa. só que depois, em vez de ir fazer manifestações com palavras de ordem sem qualquer resultado palpável, mete-se uma bala na cabeça do ministro! de certeza que o próximo vai te mais cuidado com o que faz!...

João Caniço disse...

Samuel, subscrevo o seu post por inteiro, mas tenho que concordar com o Vítor Sarilhos. Estou a trabalhar há 6 meses em Moncorvo e já senti na pele esse feroz anti-comunismo destas gentes do Interior Centro e Norte. "Então, o sr. engº vai votar no Chico Lopes, um comuna?" Devem ter ficado a pensar que comia criancinhas ao pequeno-almoço ou que ainda os assassinava com um tiro atrás da orelha... Sim, é bastante triste estes casos dos encerramentos dos serviços de saúde, mas estas populações contribuiram para isso votando sempre na alternância PS-PSD. E daí não saem...
Abraços

Anónimo disse...

o povo é burro. o povo é estúpido. agora que coma com a própria estupidez.

Anónimo disse...

Samuel
Estou com o anónimo das 11:03, com o JP mas não subscrevo as palavras do anónimo das 14:38.
Vitor sarilhos