domingo, 11 de outubro de 2009

Os “gangs da saúde”





Todos estamos familiarizados com os lucros verdadeiramente obscenos conseguidos pela indústria farmacêutica. Todos estamos familiarizados com os métodos que utilizam para conseguir esses lucros, não tendo qualquer pejo em recorrer à corrupção, ao verdadeiro terrorismo que constitui a miserável manipulação dos medos e fragilidades das pessoas, para impingir os seus medicamentos, mesmo quando a sua justificação e utilidade é mais do que duvidosa, como acontece com a famosa Gripe A, que mata tanto ou menos do que as indigestões em banquetes de casamento e infinitamente menos do que outras doenças, essas bem reais e sérias, que matam todos os anos milhões de seres humanos, principalmente crianças, doenças essas que seria possível tratar, ou mesmo erradicar, com uma despesa para os Estados que nem de longe se compara com o multimilionário negócio das vacinas para essa tal gripe, mas que por isso mesmo, são doenças que não interessam aos “gangs da saúde”.

Estamos tão familiarizados com estes... que por vezes nem reparamos nos restantes membros da quadrilha. Por toda a parte, particularmente em Portugal, o negócio das farmácias é de tal maneira lucrativo, que ao longo dos anos acabou por se organizar de uma forma pouco menos que mafiosa, controlada com mão de ferro pelas famílias que detêm as licenças. Quando por algum acidente uma farmácia fica “no mercado”, assistimos ao estranho espectáculo de ver espaços comerciais, que se fossem destinados a qualquer outro negócio, não valeriam um caracol, serem negociados com trespasses no valor de milhões.

Mas não liguem ao que eu digo! Eu não passo de um mal disposto...

A verdade é que as farmácias e os seus donos, devem estar a ganhar muito pouco. Senão, como se justificaria esta sua pretensão de começarem a cobrar aos doentes (alguns já com grandes dificuldades para comprar os próprios medicamentos), entre outras coisas, até os simples aconselhamentos sobre a toma desses mesmos medicamentos ou o normal esclarecimento de dúvidas?

Na “minha” sociedade, aquela que tento (como hoje) construir com o meu voto (mas não só!), as farmácias também fariam parte do Sistema Nacional de Saúde gratuito!

Pronto, vá lá... chamem-me comuna... ou então, provem-me que a “liberdade” do farmacêutico para gozar o seu Porsche, o iate e a grande casa com piscina e corte de ténis é mais importante do que o interesse geral dos cidadãos.

10 comentários:

Anónimo disse...

Dei comigo a pensar:
- O que dará melhores comissões? - Submarinos ou medicamentos?
- Passa cada coisa pela cabeça...
Rui Silva

Anónimo disse...

Estive a meditar. A reflectir, entendamo-nos. E, entre a Rita Hayworth, o Obama e este senhor de pistolão, continuo a votar na Natalie Wood.
Daniel

Maria disse...

Qualquer farmácia é uma 'galinha de ovos de ouro'. As do interior (ou das aldeias) ainda mais. E de repente puseste-me a pensar em problemas que tenho para resolver (não, não tenho nenhuma farmácia...). Daqui a umas horas darei mais um passo na tentativa de os resolver.

Abreijos por aí

Fernando Samuel disse...

Vá lá, não sejas injusto: se tudo é, sempre, mais importante do que o interesses geral dos cidadãos, por que raio é que a «liberdade» do farmacêutico haveria de ser excepção...

Um abraço.

Mariazinha disse...

Vampiros! É só o que me apraz dizer.

Um abraço

jrd disse...

O Cordeiro está cada vez mais lobo, não só uiva como abocanha.
Vai sendo tempo de uma boa "batida"

Joaquim Moedas Duarte disse...

Obrigado pelo alerta. Já toquei a rebate no meu sino...

Antuã disse...

Esta gripe é como a das galinhas. Nem ovos põe. E tanta gente a morrer á fome e por falta de dinheiro para comprar medicamentos sem os quais não pode viver!...

Lídia Craveiro disse...

Sabem que os laboratórios dão cerca de metade do valor da encomenda grátis por cada encomenda que o farmaceutico fizer. Comprou 40 caixas de Prozac? Então tome lá 20 que é só lucro.

Palavras para quê?

samuel disse...

Rui Silva:
Por muito estranho que possa parecer... são os medicamentos.

Daniel:
É um belíssimo voto!

Maria:
É uma capoeira inteira!...

Fernando Samuel:
Realmente... foi uma distracção minha.

Mariazinha:
E está dito!

Jrd:
Quanto mais cedo, melhor!

Méon:
Todos os “sinos” são poucos!

Antuã:
Doenças “baratas”, não interessam a ninguém!

Lídia Craveiro:
Negócio é negócio! Porque haveria este de ser diferente dos detergentes...


Abreijos generalizados!