Como se não bastasse...

Já muito foi dito e escrito, por teóricos respeitados, capazes, ou até as duas coisas, por analistas, politólogos, comentadores encartados, ou simples curiosos como eu... sobre o ciclo vicioso em que se arrastam e vegetam as democracias burguesas e aldrabonas, como a nossa. O ciclo vicioso e descendente em que a falta de qualidade da democracia vai afastando os cidadãos da participação ativa... e em que a falta de participação ativa dos cidadãos vai degradando a qualidade da democracia... até que parece já ninguém se importar com o que quer que seja, excepto aqueles que fazem fortuna exatamente com isso.

É um ciclo vicioso do qual só sairemos com um corte decidido; com uma ruptura radical; tanto com a falta de participação, como com a própria matriz desta democracia. Partindo para outra realidade, outra democracia... como escreveu Brecht, “tomando a chefia”.

Esta “fraude democrática” na forma continuada é um fenómeno com resultados desastrosos para a vida das pessoas e para a sua realização enquanto seres humanos livres. Um deles, não dos mais graves, mas certamente dos mais irritantes, é que “cromos” como este Duarte “Pio” de Bragança, acabam por ter o descaramento de pretender afirmar-se como alternativa.