terça-feira, 8 de março de 2011

“Alfonsina y el mar” e Mercedes Sosa - 8 de Março


(David Alfaro Siqueiros)
As mulheres deviam dar à luz crianças saudáveis, que se tornariam homens felizes... e não parir soldados... que é como se já nascessem mortos. As mulheres deviam ser amadas e não vítimas de violência. As mulheres deviam ter acesso ao trabalho com dignidade. As mulheres deviam ter um salário igual ao dos homens que fazem um trabalho igual. As mulheres não deviam ser as primeiras a ir para o desemprego. As mulheres não deviam estar em maioria apenas em número, mas também nos centros de decisão, nos cargos de chefia, nas oportunidades.
Tudo isto e muito, muito mais, constitui parte da imensa lista de lutas que vêm do fundo dos tempos, que já foram gatilho para a Revolução de Outubro, que têm sido a nossa companhia desde que nos conhecemos como gente. Lutas que avançam lentamente e de forma irregular. Se em algumas comunidades quase se pode falar em igualdade... noutras, até a simples palavra é maldita.
Não, não quero fazer comício! Como tal, e dada a ligeira “confusão” em que anda envolvida a música de intervenção nestes últimos dias, recorro a uma canção de amor. Uma vertiginosa canção de amor.
Composta por Ariel Ramírez e com versos de Félix Luna, “Alfonsina y el mar” é dedicada à poeta argentina Alfonsina Storni que, para além dos versos, nos mostrou mais uma das muitas debilidades dos seres humanos... morrendo de amor.
A canção, essa é um diamante, aqui lapidado pela interpretação insuperável de Mercedes Sosa. É um presente simples, um momento de descanso junto a um regato, uma flor... para um intervalo na caminhada... que segue já, já!





Alfonsina y el mar” – Mercedes Sosa
(Félix Luna/Ariel Ramírez)



12 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Lindo, lindo,lindo! Poema, canção e voz, apesar da tristeza sempre latente.

Morrer de amor é capaz de ser um acto corajoso. Não sei. Apenas sei que o amor, qualquer forma de amor, tem que estar sempre presente na nossa vida.

Um beijo.

Maria disse...

Que maravilha!!!
Não tenho mais palavras.
Obrigada!

Abreijos.

Suq disse...

Morre de Amor quem vive com Amor.

Será o Amor um exclusivo da Mulher?

Emoção e afirmação uni-pessoal ou Amor?

Para quando Igualdade com Amor?

do Zambujal disse...

Cá pelo meu lado, que é outro sem o ser, obrigado pela prenda.

Abreijos que hoje é dia deles

Anónimo disse...

Samuel
Lindo poema de amor. Gostei muito da frase que escrevestes : «... e dada a ligeira "confusão" em que anda envolvida a música de intervenção...» porque vai ao encontro do que eu penso quando vejo todas as "TVs" a entrevistar a "nova música de intervenção" e não os vejo dar a mesma propaganda por exemplo à música do Zeca Afonso. Mas enfim o tempo mostrará o que é esta música de "intervenção".
Vitor sarilhos

Anónimo disse...

Samuel
Não sei se já disse no comentário anterior mas, sem ser crítica, ao ouvir a Mercedes, reparei, que no refrão ela diz «una vos antigua de vento e de sal » e, como só tu podes emendar, aqui fica esta informação.
Vitor sarilhos

Fernando Samuel disse...

Lindo!
Belo assinalar do Dia da Mulher - que é também o dia dos (muitos) homens...

Um abraço.

Justine disse...

Perante esta perfeição agradeço-te, calo-me e fico a ouvir enfeitiçada...

svasconcelos disse...

Lindo! Tudo!
bjs,

Ana Martins disse...

Olha que boa ideia!
É sempre tão bom visitar a Mercedes!

Maria disse...

LINDO!

Com algum atraso (mas, não serão todos os dias "dia da mulher"?), aqui vai um pequeno escrito meu a todas as mulheres-gaivotas que amam o amor, o mar e a liberdade.

Quem dera
fossem penas
de voar
as penas
que o amor
me faz penar...

Maria Pereira

C. Cardoso disse...

Também já o disse: intervenção sim mas com qualidade...enfim!
Cristina Branco deu voz a esta música. E gostei bastante.