Este cromo, de nome Carlos Moedas, poderia perfeitamente ser uma das figuras da “entourage” de José Sócrates. Politicamente não está mais à esquerda nem mais há direita; está do lado do dinheiro e dos amigos que o têm. Para além disso é detentor daquele tipo de voz de “betinho enrustido” típico de alguns dos ajudantes do primeiro-ministro e do próprio... voz que já por mais do que uma vez me induziu em erro. Ao aproximar-me do aparelho de televisão, vendo apenas a sua imagem e o tal timbre de voz, penso: “é hoje que ele está a dissertar sobre decoração de interiores!”, mas assim que as palavras se tornam inteligíveis, descubro que, como vai sendo habitual, está a falar de dinheiro e do seu PSD.
Portanto, o senhor Carlos Moedas é um entendido em dinheiro, figura importante neste PSD de Passos Coelho e cabeça de lista pelo distrito de Beja. Tão importante que foi um dos seus “negociadores” nos contactos com a “troika”, fazendo companhia a Catroga... quanto mais não fosse para o ir acordando...
Ontem vi-o mais uma vez num programa qualquer na televisão (será que é avaria?) falando de dinheiro. Apanhei-o num bom momento! Explicava que o “facto” de nos últimos 10 anos os ordenados dos trabalhadores terem sido «aumentados 3,7%, todos os anos», enquanto o aumento da produtividade ficou muito abaixo... é a razão das nossas dificuldades no mundo do trabalho. (Presumo que devo então conhecer todas as exceções, quero dizer, todas as pessoas que não foram aumentadas todos os anos, nos últimos 10 anos, e muito menos sempre em 3,7%).
Claro que esta peremptória afirmação serviu-lhe imediatamente para justificar o plano do PSD para desmantelar o princípio da contratação colectiva tendo por base a taxa de inflação prevista.
De qualquer modo, a afirmação que mais uma vez mostrou que esta gente se instala no poder com uma verdadeira atitude de quadrilha, fazendo contas a quanto pode roubar para enfiar nos bolsos dos amigos (e assim que saem do poder irem para os conselhos de administração das empresas desses amigos, usufruir do roubo) foi a sua claríssima caracterização do tipo de empresas que ainda estão nas mãos do Estado:
1. As empresas saudáveis e que dão chorudos lucros - «Estão prontas a serem vendidas».
2. As empresas com capacidade de gerar lucros chorudos, mas cujas dívidas afogam essa possibilidade - «Ainda não estão prontas para serem vendidas». Acrescentou, porém, que «devem ser trabalhadas» para resolver essa situação... e poderem ser vendidas.
3. As empresas cujo “modelo de negócio”, somado às tais volumosas dívidas, nunca permitirá que produzam lucros chorudos, ou sequer lucros. Nessas «é preciso garantir o serviço público» e tentar optimizá-las... mas a sua venda não tem qualquer interesse.
Contra mim falo... pois estou sempre disposto a “pegar” nesta gente pelo lado do ridículo, sendo que isso é bom, pois ajuda a pôr um sorriso em alguns rostos que bem precisam de sorrir... mas que isso não nos distraia! É fundamental que isso não nos impeça de ver que esta gente, com o seu ar risível de manequins da rua dos fanqueiros e com ideias e cultura a condizer, são na verdade vulgares salteadores!
13 comentários:
Vulgares salteadores mentirosos que com palavrinhas mansas vão tentando enganar os eleitores. Só não percebo como se deixam enganar, quando é claríssimo que eles mentem. Então o Sócrates ainda mais me irrita porque transforma em benfeitorias o descalabro a que ele e os comparsas levaram o país.
Um beijo.
Uma coisa é certa, eles sabem para quem estão a falar, no dia seguinte é vê-los nos autocarros a repetir as mesmas palavras. Por isso é que o desalmado se ri. Mais se ri quando sabe que tu querias que ele falasse de decoração de interiores que é a única coisa que domina na ponta da língua.
Salteadores? Razão tenho eu lá no meu canto em afirmar que andamos em maré de assaltos. Olha a carteira... A propósito, onde é que está a minha? Ó Maria, já te disse que a porta é para estar sempre fechada! Diz ao senhor que vá à volta, pelo quintal, está lá o jeco à espera dele!
É verdade dei um tabefe na televisão quando ouvi aquele timbre de voz, isto está pifado, pensei, acabei com a consciencia pesada quando me concentrei a ouvir o maricas Moedas, deve receber uns bons trocados para dizer nada. Onde é que esta gente tem andado, já alguma vez sairam à rua? Parvalhões, será que acreditam no que dizem?
Sabes o que é que me magoa, sempre que vejo este Moedas falso?
Lembrar-me do velho Zé Moedas, do jornalista amigo que sempre tinha a alegria de encontrar nas idas ao Alentejo, em trabalho e/ou tarefa, e que é o pai de tal cromo.
O que vale é que há muitos casos ao contrário... em que a alegria de encontrar os filhos faz esquecer os pais que tiveram.
Um abraço
Muito bem tirado: «esta gente, com o seu ar risível de manequins da rua dos fanqueiros»... e com uma mentalidade de comerciante do século XIX, quase a chegar ao traficante de escravos. Tudo é lucro. Até a mãe e o pai estão à venda.
(Jorge)
Não fosse de facto trágico termos gente desta a falar e a decidir por nós, e até daria, efectivamente, para rir.
E não só não rio, como o que me apetece é chorar por ver que o nosso Povo continua a dar votos a gente desta.
Venha de lá alguém explicar-me este fenómeno de alienação mental nacional, porque eu já não consigo arranjar explicações plausíveis para isto.
Com papas e bolos se enganam os tolos. A troika partidária (PS, PSD e CDS) não faz outra coisa desde há muito. Infelizmente a esquerda não tem força, as pessoas ainda acham que ser de esquerda é mau, e assim caminhamos para o abismo.
Não nos distrai, não, Samuel. O riso sempre foi subversivo! Mas também é preciso que não se queira ser distraído...
Ele não quer moedas mas notas das grandes.
Salteadores assumidos - e enaltecidos pelos média como tal...
Um abraço.
Tens alguma raiva especial aos manequins da Rua dos Fanqueiros?
Abraço
Samuel
Aqui está uma linda papoila que um boi grande e agressivo não desdenharia comer e que se calhar gostaria de ser comido por uma espécie dessas.
Vitor sarilhos
O pai deste senhor deve estar a dar voltas no túmulo. José Moedas foi um dos mais consagrados jornalistas de Beja,cronista de eleição do Diário do Alentejo, homem de luta pela liberdade, pela igualdade e por todos os princípios de norteiam um comunista. Admirado por todos. É difícil de entender como tal berço (de)ge(ne)rou tal filho.
Aqui podem ler uma das suas crónicas, em jeito de carta, dirigida a este seu filho, Carlos Moedas http://alvitrando.blogs.sapo.pt/1788245.html
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