terça-feira, 17 de maio de 2011

Sócrates – Se ele é assim em tudo na vida, porque haveria de ser diferente nos debates?


(Pavel Kuczynski – “O discurso”)

As técnicas de debate são coisa estudada há muito. Num debate podem brilhar a cultura, a verticalidade, a coerência, o dom de palavra (desde que apoiado em conteúdo). Infelizmente, num debate também podem brilhar a demagogia, a falta de escrúpulos, a mentira, a batota rasteira...
Sócrates é um adepto fervoroso da segunda técnica. Sócrates, perante as centenas de milhar de pessoas que o estão a ouvir, não tem pejo de dizer que os doentes estão melhor, que os estudantes estão melhor, que os reformados estão melhor, que os portugueses estão a viver melhor... e que tudo isso é obra sua. Não tem vergonha de garantir que os muito ricos, as grandes empresas e a banca, estão a contribuir equitativamente para o bolo dos sacrifícios que são pedidos aos portugueses. Diz tudo isto com aquele ar acossado de animal feroz, como ele próprio se classifica. Sócrates não presta!
Uma das técnicas de debate, típicas de um carácter onde já não mora um pingo de vergonha, é inventar argumentos para rebater e atacar. Como bem reparou o "anónimo do séc XXI" neste post, ou o “Pata negra”, comentando o mesmo post, que tropeçaram exatamente em duas... chamemos-lhe assim, para ser mais brando, canalhices utilizadas pelo  candidato do PS durante o debate com Jerónimo de Sousa, Sócrates inventa absolutamente do nada que Jerónimo defende a nacionalização de tudo e, principalmente, que Portugal não se deve pagar a dívida aos credores.
E pronto, consegue o que queria! Durante uns bons minutos, o adversário tem que se defender, explicando que nunca disse tal coisa... que renegociar a dívida quer dizer exatamente renegociar, para pagar com menos juros, com prazos mais estendidos... mas pagar. Claro que ocupa nisto o tempo em que podia estar a apresentar ideias, projetos, propostas... e o tempo vai passando. Mesmo assim, Jerónimo ainda teve a presença de espírito suficiente para lhe dizer que «não se trata de não pagar, mas sim de dizer que, qualquer dia, não poderemos pagar», para além de lhe ter feito uma pergunta certeira como uma seta: «Quer fazer acreditar que com a recessão, com o aumento do desemprego e com menos produção de riqueza, o país será capaz de cumprir as metas impostas pelas instituições internacionais?»
Como escreveu a pobre "jornalista" que o biografou, este traste é, sem dúvida, "O menino de ouro do PS”. Uma verdadeira preciosidade, que lhes vai valendo a manutenção do poder... e rendendo verdadeiras fortunas para os amigos. Decididamente, aquilo é ouro! Não é ouro negro... não é dourado... é “ouro castanho”! Pelo menos a ver pelo cheiro daquilo que escorre dos cabos dos microfones enquanto vai falando... falando...

17 comentários:

Justine disse...

Eu, na minha "inocência" pensava que o ouro castanho era outra coisa...mas está muito bem aplicado neste caso, com a adequada ilustração:)))

jrd disse...

Foi este "menino de ouro" que comoveu o Dias Loureiro na apresentação dessa biografia.
Como eles se entendem...

Graciete Rietsch disse...

Gostei bastante da argumentação do camarada Jerónimo apesar das rasteiras mentirosas e demagógicas com que o menino de ouro castanho o quis atrasar, porque atrapalhar era impossível.
Em especial quero referir-me ao que foi dito pelo camarada sobre a necessidade de renegociação da dívida já,pois de empréstimo em empréstimo, chegará o dia em que será mesmo difíl pagá-la.

Um beijo.

Manuel Norberto Baptista Forte disse...

Sócrates (...o Português, claro) é quanto a mim, um grande artista de palcos mesmo minusculos, mas com muito auditório. Atirou ele e os restantes "coralistas governamentais" o País para a triste situação em que está mergulhado, e ainda por cima, vem para esses mesmos palcos ... contar históriazinhas a meninos e meninas.
Sinceramente, nunca pensei no Portugal pós 25 de Abril de 1974 (Dia da Liberdade), o meu País ser governado por outro Português, mas com tanta falta de verdade e apego ao poder. (Engº. ) José Sócrates, o poder, por favor, fale verdade aos Portugueses e ... não se iluda a si próprio.

Anónimo disse...

Peço permissão para surripiar a imagem que está genial... obrigado.
Carlos O.

samuel disse...

Carlos O:

À vontade... :-)

Anónimo disse...

pois sim, é tudo verdade sobre o 'artista', mas é também confrangedor assistir à falta de brilho e até diria de brio, de garra, de quem o enfrenta sem estar preparado em todos os aspectos, formais e de conteúdo. Aqueles, 'enfins', portantos', risinho humilde, falas mansas, do camarada Jerónimo não ganham nem para o voto nem para a luta tanta gente que está lixada com o 'artista'. É pena...

samuel disse...

Anónimo (00:08):

Pelo teor da sua lenga-lenga anónima... imagino que sim, o meu amigo deve estar com imensa "pena". :-)))

Rogério G.V. Pereira disse...

Meu caro, não sei o que vai sair daqui (eleições) mas tenho esperança que a pouco e pouco muitos seguirão este caminho

Anónimo disse...

Não me lembraria de tal e, por isso está fenomenal "ouro castanho" liquido e escorregadio!
Mas o que se pode esperar de quem é "ouro castanho" como aquele Mister Socrates pois é ele que possui uma cassette e, já, bem conhecida - a da mentira. Quanto ao Jerónimo soube bem escapar às armadilhas do "ouro castanho" .
Saudações de Vicky

Antuã disse...

O que o senhor agente técnico por fax não suportou, e até os seus olhos faíscavam, foi que o Jerónimo o tratasse por senhor candidato.

Anónimo disse...

Peço desculpa pelo equívoco mas li este post depois do de cima! Afinal o arrependimento foi uma gafe do Samuel. Estou mais descansado,imaginem lá começar a pensar com a cabeça e o PSD perder as eleições?! Era uma desgraça na Atalaia!!

samuel disse...

Anónimo (14:31):

Realmente, aquilo ali em cima pareceu-me esquisito da sua parte.
Olhe... é no que dá, andar a ler os posts de cabeça para baixo, perdão, de cima para baixo! :-)))

Anónimo disse...

Samuel
Assisti ao debate e quando a besta chamou "burro" ao Jerónimo atirei o comando da televisão ao chão e disse F.... assim não pode ser.
Disse a besta " O Jerónimo nunca vem a perceber isto". Caro Samuel assim não vale e o Jerónimo devia ter respopndido que "burra" era a avózinha dele e então seria a besta que teria de se explicar durante muito tempo porque tinha aquele comportamento. Compreenderei que não se deve ter esse comportamento mas também compreendo que não se deve chamar "burro" a alguém que não tem a nossa idade e se era provocação que ele queria há muitas maneiras de bater e fugir que é o que as bestas gostam de fazer. Estás a ver a besta das 14:31. Por duas vezes dás-lhe duas excelentes respostas. Será que a besta mor não mereceria resposta?.
Vitor sarilhos

Fernando Samuel disse...

Dizendo o que disseste - «Sócrates não presta!« - disseste tudo o que havia a dizer. Tenho dito.

Um abraço.

Suq disse...

As moscas gordas - varejeiras - adoram o seu lider!

samuel disse...

Anónimo:
(cujo "comentário" teria entrado à 1:07... se não fosse uma besta quadrada)

Nem queria você mais nada!... :-))) :-)))
Quando estiver assim, com os azeites, dirija-se a alguém da sua família.

Passar bem!