segunda-feira, 9 de maio de 2011

Troika – Hoje não há trocadilhos...


Aí temos, finalmente, o programa eleitoral de Pedro Passos Coelho e do seu PSD, já classificado - e bem! - como «mais do mesmo, para pior». O cenário está a ficar completo. Sobre os programas dos restantes membros do autoproclamado “arco da governabilidade” pouco há a dizer.
Sócrates diz não importa o quê, pois nunca tem a menor intenção de  cumprir as promessas eleitorais; logo, pode voltar a prometer tudo o que já antes prometeu e não cumpriu, que mesmo assim, por absurdo que pareça, arrisca-se a voltar a ganhar as eleições, tal é a força da sua máquina de propaganda e embuste.
Paulo Portas tem apenas que agrafar na cara uma “pose de estado”, descer bastante o nível da voz de cana rachada, não agredir ninguém para além do "aceitável"... e mostrar-se disponível para governar com quem quer que lhe estenda a mão.
Voltando a Passos Coelho, para além da violentíssima agressão ao sector público, com aquela norma da entrada de apenas um novo trabalhador, por cada cinco que saírem, medida que a ser aplicada, bastam umas contas simples para descobrir em quanto tempo entrariam em ruptura muitos dos serviços públicos; para além da insistência nas privatizações de tudo o que possa dar algum lucro, mais as restantes cópias da cartilha dos seus neoliberais de serviço, aquilo que retive foi, afinal, que praticamente todas as propostas do PSD vão “de encontro” a alguma coisa, ou alguém. Segundo o orador, umas vão “de encontro” aos mais carenciados”, outras vão “de encontro” aos interesses do país... e nenhuma, que eu tivesse dado conta, vai ao encontro de qualquer ideal ou projecto em que me reveja. Se isto diz pouco sobre a natureza das propostas eleitorais do PDS, pelo menos deixa claro que não basta ser doutor para falar português corretamente. Adiante.
Terminado o trabalho da “troika” estrangeira, ficou cá a “troika” nacional, composta pelos verdadeiros manequins de alfaiate, dispostos a vestir qualquer roupa, a envergar qualquer casaca, a governar com o programa que lhes foi imposto.
Por mais que os elementos da “troika” nacional encenem divergências e apontem o dedo uns aos outros, a verdade é que já têm programa de governo. Mais exatamente, um programa de governo: o mesmo para todos.
Para não ficar de fora exibindo a sua irrelevância, Cavaco Silva veio juntar-se ao grupo, com os seus apelos à união, ao governo abrangente, ao fim das “quezílias” partidárias.
Atendendo a que troika é uma carruagem de origem russa, puxada por três alimárias lado a lado... a entrada de Cavaco Silva para o grupo obriga-me a mudar-lhe o nome para “quadriga”, que é exatamente a mesma coisa, mas inventada pelos romanos e puxada por quatro alimárias.
Agora poderia ficar aqui a tentar inventar uns trocadilhos novos, envolvendo “troikas”, “quadrigas”, alimárias e o possível futuro governo... mas não estou com disposição. Quanto mais não seja, porque o que lhes queria chamar, na verdade, é “quadrilha”... e isso, francamente, dão dá nenhuma vontade de brincar.

6 comentários:

Anónimo disse...

Alto lá oh amigo, quadrilha, isso não porque se há coisa que gosto de ouvir é o Sebastião esses são é uma corja de malandros, gatunos e outros impropérios.
Quanto ao resto tenho uma égua que não quero ver comparada com estes ca... portanto das duas uma ou o pessoal sai do país e ficam cá os artistas ou eles que até são menos têm que ser atirados ao mar!

Graciete Rietsch disse...

"Quadrilha" é de facto o nome mais
adequado. Triste, mas correcto.
Falta saber quem será o chefe.

Um beijo.

jrd disse...

De repente imaginei-me na Rua dos Fanqueiros.

Fernando Samuel disse...

Mais alimária menos alimária, mais troika menos quadriga, a verdade é que já têm programa, o programa comum aos três (e mais à cavacal personagem)- que é, afinal, mais coisa menos coisa, o programa de todos eles nos últimos 35 anos...

Um abraço.

Suq disse...

Sendo assim, a melhor forma de a combater é enfrentar os cartéis, distinguiremos a carroça das alimárias que têm zurzido os chi cotes a bel-prazer e desgovernado durante mais de 30 anos.

do Zambujal (que é onde estou agora) disse...

G'anda post!
E a ilustração é... demais!

Abraço